terça-feira, 21 de agosto de 2012

Renda agrícola de Mato Grosso deve ser a maior do país em 2012


Estado deve contribuir com 16% de todo rendimento agrícola.
São Paulo perde liderança para Mato Grosso, segundo Mapa.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Campo de soja após colheita, em Sorriso (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)Mato Grosso gerará 16% de toda renda agrícola em
2012 (Foto: Leandro J. Nascimento/G1)
Safras cheias – com sucessivos recordes produtivos sendo batidos – vão impulsionar a renda do principal produtor brasileiro de grãos e fibras, Mato Grosso. A expectativa é que a soma das riquezas no campo (exclusivamente agrícola) torne-se 14,1% superior a de 2011 e avance de R$ 30,3 bilhões para R$ 34,6 bilhões. Com um novo cenário estabelecido, o estado passa a ocupar o topo de outra tabela: detentor do maior rendimento agrícola no país. É o que indica a nova projeção do Valor Bruto da Produção, divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O chamado VBP corresponde à renda total bruta produzida pelo campo. Com os números revisados, o estado deve assumir a cadeira anteriormente ocupada por São Paulo, agora com um valor calculado em R$ 33,5 bilhões. Além da produção recorde no campo, como para as culturas de soja e milho (2ª safra), o produtor matogrossense também foi beneficiado por um cenário favorável, lembra a analista de conjuntura econômica do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Gemelli Lyra.
“O produtor soube aproveitar também os bons momentos dos preços. Se há comercialização com um preço maior ele garante um VBP com valor elevado”, considerou. A soja continua como a principal cultura para Mato Grosso. De acordo com o Mapa, seu valor bruto deve bater até o final do ano a casa dos R$ 20,2 bilhões, resultado aproximadamente 33% superior ao de 2011, quando foram R$ 15,2 bilhões.

Mas a novidade para este ano também é uma inversão entre o milho e o algodão, cenário já antecipado pelo Instituto Mato-grossense em suas avaliações periódicas sobre a renda agrícola. Algodão, anteriormente segundo no ranking do rendimento bruto, cede seu lugar para o milho. Desta forma, a oleaginosa, o cereal e a pluma vão ser pela ordem, os produtos que mais vão gerar renda dentro da porteira.

Se a projeção do Mapa concretizar-se, o valor de produção do milho deve somar R$ 6,9 bilhões em 2012 contra os R$ 3,5 bilhões do ano anterior. Enquanto isso, o algodão deve perder espaço e de R$ 9,6 bilhões recuar para R$ 5,4 bilhões o Valor Bruto de Produção.

De acordo com o Ministério da Agricultura, o montante de R$ 34,6 bilhões estimado para o Valor Bruto de Produção (VBP) é o maior desde 2005 na série histórica do Mapa. Ganhos em produtividade, especialmente pela adoção cada vez mais frequente de novas variedades, aquisição de máquinas, implementos e qualificação profissional, também contribuíram para o desempenho da unidade federada.

Como destaca a economista do Imea, “somente nos últimos seis anos, a média de crescimento do Valor Bruto de Produção de Mato Grosso foi superior a estados considerados importantes produtores brasileiros de grãos”.

Enquanto Mato Grosso cresceu 18% ao ano, em Goiás foram outros 17%; Minas Gerais 11%; Paraná 10% e São Paulo outros 2% ao ano nos últimos seis anos.

“O valor bruto de Mato Grosso tem crescido a cada ano e vai continuar aumentando. É um excelente desempenho para o estado e esperamos que isso continue acontecendo”, pontuou a especialista.

Somente Mato Grosso será responsável em 2012 por gerar 16% de toda renda bruta agrícola no país.

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