quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Amazonas pode ganhar com entrada da Venezuela no Mercosul, diz Fieam


Entrada da Venezuela deve facilitar exportações das empresas do PIM.
Adesão do pais vizinho pode reaquecer indústria local.

Tiago Melo Do G1 AM

Polo Industrial de Manaus (Foto: Divulgação/Suframa)Fieam acredita que PIM será beneficiado
(Foto: Divulgação/Suframa)
O anúncio da entrada da Venezuela no Mercado Comum do Sul (Mercosul) pode facilitar o acesso das empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) ao país vizinho. Pelo menos, esta é a previsão do diretor da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Flávio Dutra.
"Atualmente, a economia amazonense passa por uma situação complicada. Esperamos que com a entrada da Venezuela, possamos ter novas alternativas e meios para reverter o quadro produtivo do Amazonas e reaquecer a indústria local", afirmou o diretor.
Para Flávio, a expectativa é de que haja menos dificuldades na relação comercial entre Brasil e Venezuela com medidas como a extinção das tributações nas operações de exportação. "A compra de materiais venezuelanos por parte do Amazonas também deve ser facilitada pela proximidade estratégica com o país. Ambos os países devem ser beneficiados, não vejo desvantagem nenhuma na inclusão", disse.
Terceiro maior comprador do PIM
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Venezuela é o terceiro maior comprador de produtos do Pólo Industrial de Manaus, atrás apenas da Argentina e da Colômbia. De 2006 a 2008, a Venezuela ocupava a 2ª posição no ranking de compradores de produtos do PIM.
Contudo, a partir de 2009, as compras foram caindo gradativamente, chegando a uma queda de 70%. De acordo com os dados, em 2006, a Venezuela gastou cerca de R$ 285,61 milhões com produtos do PIM, enquanto que em 2011 esse valor despencou para R$ 87,20 milhões. Acredita-se que, com a entrada do país no bloco comercial, haja uma recuperação nos valores.
Entrada polêmica no Mercosul
Os presidentes da Venezuela, Brasil, Uruguai e Argentina, respectivamente Hugo Chávez, Dilma Rousseff, José Mujica e Cristina Kirschner, posam para fotografia oficial da Cúpula Extraordinária do Mercosul, que oficializou a entrada da Venezuela ao grupo. (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Encontro entre Hugo Chávez, Dilma Rousseff, José Mujica e Cristina Kirschner oficializou a entrada da Venezuela no Mercosul (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A entrada oficial da Venezuela no Mercosul consolidada na última terça (31) em Brasília é alvo de muita polêmica e reclamações, principalmente por parte dos paraguaios.
Pela saída do então presidente Fernando Lugo considera anti-democrática por Brasil, Argentina e Uruguai, o Paraguai está suspenso do Mercosul e, por isso, não participou d o processo de inclusão da Venezuela no bloco econômico.
O fato desagradou os paraguaios que prometem recorrer da decisão. Essa rixa entre os dois países se deve a uma suposta visita do chanceler venezuelano no Paraguai ao militares do país durante a crise política que culminou na saída de Lugo. Os paraguaios acusam a Venezuela de provocar um golpe militar no país.

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