domingo, 26 de agosto de 2012

Amazona de MS se prepara para prova nacional após cirurgia na visão

Jovem passou por transplante de córnea e ficou um ano sem praticar.
Em outubro, Sarah vai participar de competição nacional em Avaré (SP).

Do G1 MS

Jovem passou por transplante de córnea aos 15 anos e agora se prepara para prova nacional (Foto: Aliny Mary Dias/G1 MS)Jovem passou por transplante de córnea e agora se prepara para competição (Foto: Aliny Mary Dias/G1 MS)
Depois de passar por um transplante de córnea e ficar um ano sem praticar montaria, a amazona Sarah Lander, de 17 anos, voltou aos treinos em Campo Grande e classificou-se para disputar uma competição nacional, em Avaré (SP), no mês de outubro. Recuperada da doença que quase a tirou do esporte, a jovem está confiante no bom desempenho e se diz feliz com o apoio da família.
Sarah teve contato com cavalos desde a infância, já que os pais praticavam montaria e a incentivavam a participar de provas. Aos 12 anos, quando ela começou a se preparar para competições, descobriu que possuía uma doença degenerativa que atinge a córnea e diminui a visão, chamada ceratocone. Sarah precisou usar lentes para aumentar a capacidade de visão. “Era muito ruim, a poeira fazia com que eu não enxergasse nada. Eu tinha muito medo de ficar cega e nunca mais ver os cavalos e as provas”, conta a garota.
A doença começou a comprometer de forma mais grave o olho esquerdo de Sarah. Aos 15 anos, ela passou por um transplante da córnea esquerda em um hospital de Campo Grande. A garota ficou 1 ano sem andar a cavalo por causa da recuperação. Atualmente, a visão com o olho direito compensa o déficit no olho esquerdo, e Sarah conta com 95% da visão.
Em junho, Sarah participou de uma classificatória na prova dos três tambores, que consiste em o competidor fazer o percurso de três voltas completas nos tambores no menor tempo possível (veja no vídeo ao lado). Com um primeiro lugar e o tempo de 19,697s, a amazona garantiu vaga no campeonato nacional na categoria de 15 a 18 anos.
“Foi um momento muito difícil da minha vida, eu chorava muito e pensava que não voltaria a enxergar. Mas o apoio da minha família e o amor pelos cavalos fez com que eu tivesse esperança. Agora estou me preparando forte para a Copa dos Campeões. Estou perto de realizar o sonho da minha vida que é competir em Barretos (SP)”, diz Sarah.
Competidor tem que completar uma volta em cada tambor em menos tempo (Foto: Aliny Mary Dias/G1 MS)Competidor tem que completar uma volta em cada tambor em menos tempo (Foto: Aliny Mary Dias/G1 MS)
Treinos
A amazona treina duas horas por dia, três vezes por semana. Nesta sexta-feira, sábado e domingo um curso com a campeã americana Shennon Care, de 35 anos, fez com que Sarah se sentisse mais preparada para o grande desafio. A americana é treinadora profissional da prova dos três tambores há 14 anos e garante que o esporte é indicado para as mulheres e crianças.
“É um esporte que não machuca os animais. Na Europa, é a única prova permitida pela associação de defesa dos direitos dos animais. As crianças e as mulheres são mais que bem-vindas nesse esporte porque adquirem um senso de responsabilidade e de trabalho em equipe”, conta a americana.
Quarto de milha
Segundo o treinador e tio de Sarah, Adson Lander, o cavalo da raça quarto de milha foi criado nos Estados Unidos especificamente para provas de velocidade. O animal tem características que garantem a explosão e atenção necessária para a volta nos tambores. “Ele é chamado quarto de milha porque consegue atingir 400 metros em poucos segundos. É uma raça com um ótimo arranque, reflexo e muita habilidade para a prova dos três tambores”, diz o treinador.

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