quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Alunos de escolas públicas do Ceará fazem manifestação pela lei de cotas


Cerca de 400 alunos foram dispensados das aulas para a manifestação.
Lei estabelece 50% das vagas em universidades para escolas públicas.

André Teixeira Do G1 CE

Estudantes foram dispensados da aula para a manifestação (Foto: Alex Costa/Agência Diário)Estudantes foram dispensados da aula para a
manifestação (Foto: Alex Costa/Agência Diário)
Cerca de 400 estudantes de escolas públicas de Fortaleza realizaram nesta quarta-feira (29) uma manifestação em apoio à lei das cotas, que estabelece uma reserva de 50% das vagas nas universidades federais do país.
A passeata dos alunos ocorreu entre os bairros Fátima e Benfica, e foi organizada por alunos e professores, que não tiveram aula nesta quarta-feira. "Duas escolas de Fortaleza têm a metade das vagas das maiores universidades do estado. O aluno de escola pública fica sem oportunidade", diz Roberto César, um dos organizadores do movimento "Cotas Já".
Na passeata, os manifestantes à presidente Dilma Rousseff a sanção da lei das cotas, aprovada no Senado. Caso a lei seja sancionada, as universidades federais terão um prazo de quatro anos para se adaptar.
Alunos contra a cota
Neste mês, em Fortaleza, um grupo de alunos de escolas particulares realizou um movimento contra a política de cotas, no Bairro Dionísio Torres. "Nosso propósito é impedir que esse decreto se torne real porque isso vai maquiar a nossa educação. Nós precisamos de reforma na educação de base", afirmou o aluno Paulo Satuba, na ocasião.
Adaptação à lei
A Universidade Federal do Ceará (UFC) afirmou que, caso a lei seja aprovada, pretende se adaptar de forma progressiva à lei que determina que 50% dos aprovados nas escolas de ensino superior federais sejam por meio de cota, destinada a alunos oriundos de escolas públicas.
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab) informa que, caso a lei seja sancionada, vai respeitar a legislação no prazo estabelecido. A universidade destina metade de suas vagas para alunos de países africanos que têm o português como a primeira língua.
O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) diz que a forma como a lei será aplicada ainda vai ser discutida com a reitoria das escolas de todo o Ceará. O IFCE no Ceará tem atualmente 23 escolas distribuídas em todas as regiões do estado. Os alunos ingressam na instituição por meio de exame, mas algumas unidades têm políticas de reserva de vagas para agricultores familiares ou pessoas de baixa renda, por exemplo.

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