No último dia do Festival de Parintins, Caprichoso enaltece cultura local

Cunhã-poranga Maria Azêdo foi o grande destaque da terceira noite.
Com galera empolgada, Caprichoso deixou Bumbódromo confiante.

Marina Souza Do G1 AM

David Assayag emocionou público que assiste a última noite do Festival de Parintins (Foto: Frank Cunha/G1 AM)

O Caprichoso entrou na arena do Bumbódromo, na noite deste domingo (1), em clima de emoção. No último dia do Festival, o boi Azul e Branco exaltou a temática 'Parintins de Tantos Valores'. O bumbá tratou da cultura parintinense através de suas festas, danças, luzes e pajelanças.
O apresentador do bumbá Junior Paulain entrou na arena representando o Artista Popular Autodidata. Com ele, chegou David Assayag, o consagrado levantador do Caprichoso, vestido de Toadeiro Parintinense, ao som da toada 'O Meu Amor é Caprichoso'.
O boi Caprichoso surgiu na arena vindo em uma lança. Depois disso, entrou a vaqueirada com a toada 'Eu Te Amo Caprichoso'. O amo do boi, Edilson Santana, veio com figurino de Werner Botelho representando o caboclo versador de boi-bumbá.

Alegoria trouxe Caprichoso gigante (Foto: Frank Cunha/G1 AM)

A porta-estandarte Jeane Benoliel surgiu da alegoria que trazia um boi Caprichoso gigante. Em sua evolução, a novata no bumbá provou que veio para ficar, dançando com agilidade e beleza nos passos.

A bela porta-estandarte do Caprichoso é um dos grandes destaques da noite (Foto: Frank Cunha/G1 AM)

A celebração indígena representava os Filhos da Mundurucânia. Durante esta apresentação, a bela cunhã-poranga Maria Azêdo surgiu no meio da galera, em uma cobra. A participação de Azêdo fez a galera vibrar. Um beija-flor gigante pegou a cunhã, que voou no bico do animal até o centro do Bumbódromo, onde fez sua evolução.

Cunhã-poranga Maria Azêdo voou com um beija-flor pelo Bumbódromo (Foto: Frank Cunha/G1 AM)

Como lenda amazônica, o Boi Azul e Branco trouxe a história do 'Tapiraiauara'. Nesta, os caboclos do Baixo Amazonas contam que olhos assustadores surgiam nas profundezas escuras dos aningais para proteger animais aquáticos. Desta alegoria surgiu a rainha do folclore do Caprichoso, Brena Dianná.
No item de figura típica regional, o Caprichoso contou a história dos artesãos caboclos. Uma alegoria produzida por Jair Mendes levou para o Bumbódromo produtos como paneiros de miriti, peneiras do caraná, cestos, bolsas, entre outros. Os objetos mostravam a importância do artesanato local, que é vendido ao redor de todo o mundo.

Com 19 anos, a Rainha do Folclore é o destaque mais jovem do Caprichoso (Foto: Frank Cunha/G1 AM)

Ao som da clássica toada 'Rostinho de Anjo', entrou na arena a doce sinhazinha da fazenda Thainá Valente. Com roupa que representava o artesanato caboclo, obra do figurinista Paulo Rojas, ela surgiu de dentro de um grande tipiti.
A última alegoria, assinada por Ozéas Bentes, representava o ritual indígena 'Mundurucu'. Com cabeças mumificadas, o ritual trouxe uma pitada de terror à apresentação. O pajé Waldir Santana participou do ritual, ao som da toada Nirvana Xamânico. A cunhã-poranga voltou a aparecer neste momento.
Com a galera empolgada e uma apresentação bem organizada, o Boi Caprichoso saiu do Bumbódromo confiante na vitória.