Viagem de Neguinho do Asfalto começou aos 14 anos e termina em 2022.
Ele nasceu cego, paralítico, tinha deficiência no rim e em um dos pulmões.
A peregrinação em cima da bicicleta começou quando ele tinha 14 anos. Neguinho do Asfalto nasceu em Corumbá (MS). Ele era cego e não podia andar. Além disso, também tinha deficiência no rim e em um dos pulmões.
Depois de algumas cirurgias no olho e o tratamento para superar a paralisia, veio a cura, o que ele considera um milagre. “Eu prometi andar por 30 anos. Comecei dia 1º de fevereiro de 1991, aos 14 anos”, lembra Neguinho.
Como agradecimento, o ciclista já percorreu 12 países. A viagem começou pela África, custeada pelo consulado brasileiro, Luanda, Moçambique e Angola. Depois, começou a percorrer vários países da América Latina. Do Uruguai à Guiana Francesa.
Preconceito
Na Argentina, teve a bicicleta roubada. Um ataque justificado pelo preconceito. “Queimaram a bandeira do Brasil, amarraram minhas mãos e pés. Me deram para beber uma garrafa de 600ml de óleo queimado e tive que fazer uma cirurgia. Eles disseram que lugar de ‘macaquito’ é no Brasil”, relata. Com a ajuda que recebeu da população, conseguiu comprar a terceira bicicleta.
Neguinho do Asfalto costuma viajar até 17 horas por dia, a uma velocidade máxima de 35 quilômetros por hora. Na Magrela, como ele chama sua bicicleta, vão apenas roupas e uma barraca.
Desde que começou a pagar a promessa, Neguinho já percorreu mais de 193 mil quilômetros em cima da bicicleta. Só de pneus foram 236.
O objetivo agora é seguir para o Tocantins e de lá percorrer a região norte do Brasil até o fim do ano. Em 2013, voltar à América Latina. Patagônia e Machu Pichu.
A viagem tem data e local para acabar: fevereiro de 2022, no Canadá. “A pessoa tem que ter muita fé em Deus. Tem muito ser humano, hoje em dia, que quando vai comer não agradece o prato de comida que tem. Eu, comendo ou não, agradeço a Deus. Pelo menos Ele me deu visão e pernas para poder caminhar”.
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