sexta-feira, 1 de junho de 2012

Só seria candidato se Dilma não quisesse, diz Lula ao lado de Haddad


Ex-presidente foi a programa de televisão nesta quinta-feira (31).
Ele fez elogios ao governo e ao candidato petista à Prefeitura de SP.

Do G1, em São Paulo
Lula no programa do Ratinho. (Foto: Marcelo Mora / G1)Lula no 'Programa do Ratinho' (Marcelo Mora/G1)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, na noite desta quinta-feira (31), sua primeira participação em um programa de TV desde o anúncio do desaparecimento do câncer na laringe. No 'Programa do Ratinho', do SBT, ele deu uma entrevista ao lado do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
Durante o tempo em que esteve no programa, Lula fez elogios ao governo e à presidente, Dilma Rousseff.  "A presidente Dilma Rousseff vai estar muito forte no final do seu mandato. Ela não só irá querer, como tentará a reeleição", disse.  "Eu serei cabo-eleitoral para reelegê-la. A única hipótese de eu voltar é ela não querer. Só serei candidato se ela não quiser. Eu não vou permitir que um tucano volte", afirmou.

Perguntado sobre a escolha de Haddad para a candidatura na capital paulista, Lula disse que o partido fez uma opção pelo novo. "Eu achava que era o momento de a gente apresentar uma coisa nova para o estado de São Paulo. Porque o prefeito de São Paulo, qualquer que seja ele, começa a nascer e já nasce um pouco velho", disse ele. "Veja, o Fernando Haddad, com essa cara boa, bonita... Ganha as eleições, aí no dia 1º dá um temporal em São Paulo, já está com água no pescoço", disse.
Chamado a participar, Haddad falou sobre sua gestão à frente do Ministério da Educação e fez elogios ao governo. "A vida melhorou da porta para dentro, mas da porta pra fora não", disse. "O que o presidente pode fazer foi feito, mas não o que a prefeitura diz", afirmou.
Sobre seu tratamento, Lula disse que ainda tem dificuldade para falar e para engolir. "Hoje estou com minha garganta estourada", disse, por causa de um discurso no dia anterior, num evento em Brasília. "A garganta fica inflamada. Quando eu tomo água dói, quando eu mastigo saliva dói, quando eu como carne dói, quando eu como pão dói", disse. "Eu brinquei com o Ratinho que eu comprei  esse terno quando estava no hospital, preparando para usar no caixão", afirmou.
Lula falou de seu irmão mais velho, que teve câncer na garganta. "Na semana passada ele foi considerado curado definitivamente, depois de 5 anos", disse Lula. "O tratamento não é brincadeira. É duro. Mas tem que ter dedicação e disciplina para cumprir as regras dos médicos", afirmou. Ele disse que tem acordado às 6 horas da manhã diariamente e faz fisioterapia. "Já tomei dois tombos", disse.
Perto do fim da participação do ex-presidente, o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, disse que não queria falar sobre a polêmica envolvendo um encontro entre Lula e o ministro do STF Gilmar Mendes, no qual teria sido tratado o assunto da data de julgamento do mensalão. "Não tenho interesse em falar nisso, enviei uma nota", disse Lula. "Quem inventou a história que prove".

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