Autor de denúncias que derrubaram a cúpula do Banco do Nordeste procura novamente o Ministério Público e afirma que o estrago aos cofres públicos foi bem maior do que o que denunciara antes
Apenas no Maranhão, Souza “acredita que o rombo passe de R$ 1bilhão”. Na Superintendência da Bahia, segundo Souza, existe um esquema de desvios envolvendo a família Meira. Ele afirmou ao promotor que o escritório Meira Projetos e Consultoria, de José Nilo Meira, irmão do superintendente Nilo Meira, fez projetos com indícios de fraudes, para empresas que buscavam financiamentos no banco, aprovados “com conhecimento do diretor de Negócios do BNB, que é da Bahia, o diretor (Paulo) Ferraro”. Paulo Ferraro, que desde a semana passada ocupa ao mesmo tempo os cargos de diretor de Negócios e presidente do banco, também é acusado em outro trecho do depoimento. “Uma empresa foi mencionada no relatório da CGU de 2010, que revelou indícios de fraude nas garantias ofertadas numa operação de quase R$ 500 milhões, cujos imóveis dados como garantia só cobriam R$ 300 milhões. Tudo foi feito com a conivência do diretor Ferraro”, afirma Fred de Souza.
O dono da empresa Meira Projetos, José Nilo Meira, rebate as acusações. Diz ter sido funcionário do banco por 21 anos. Afirma que faz projetos desde 2001, quando seu irmão ainda não era superintendente. “O senhor Fred Elias está agindo com leviandade ao mencionar o meu nome e da minha empresa. Vou mover uma ação de danos morais contra esse cidadão”, afirma. O presidente Paulo Ferraro e o superintendente da Bahia, Nilo Meira, preferiram não se manifestar. Em nota, a direção do Banco do Nordeste disse que todas as denúncias que chegam são apuradas e que tomará providências, caso alguma suspeita seja confirmada. O promotor Rocha afirma que as novas acusações merecem ser investigadas. “As denúncias do Fred, muitas já comprovadas, estão desmontando um esquema criminoso que feria de morte o BNB.” Se há mais fumaça, pode haver mais fogo.
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