Ano se divide entre a festa de Parintins e ao carnaval do Sudeste.
Ansiedade toma conta da cidade na véspera da festa.
Artesãos do Caprichoso preparam últimos ajustes para a festa do boi bumbá (Foto: Frank Cunha/G1 AM)
Às vésperas do 47º Festival Folclórico de Parintins, o clima na cidade, localizada a 369 km de Manaus, é de ansiedade. Nesta quinta-feira (28), artesões de Caprichoso e Garantido acertam os últimos detalhes para que tudo fique pronto para a festa no Bumbódromo.Mesmo em lados opostos, as histórias dos artesãos parintinenses Silvio Nogueira, de 29 anos e de Rildo dos Santos, de 39, possuem características semelhantes: o amor pelo boi de coração e o trabalho dividido entre a festa de Parintins e do carnaval do Sudeste do país.
(Foto: Frank Cunha/G1 AM)
Segundo ele, todo o esforço realizado é recompensado. "Ficamos três meses na luta por amor ao boi. Isto ajuda a nossa família, leva a comida para a mesa, mas vai além: criamos um carinho muito grande por todos, uma verdadeira família aqui. Ficamos trabalhando na noite da festa e não assistimos a apresentação, mas é uma adrenalina muito forte só de ouvir o canto da toada e os gritos da torcida. Cada gota de suor vale a pena", declarou.
Últimos retoques são feitos nas alegorias do Caprichoso em Parintins (Foto: Frank Cunha/G1 AM)
O trabalho dele não para depois do Festival Folclórico de Parintins. De acordo com Silvio, após a festa, ele ornamenta a Festa de Nossa Senhora do Carmo, padroeira do município, e depois parte para Santos, onde trabalha por cinco meses na confecção de carros alegóricos para o Desfile das Escolas de Samba do Carnaval de São Paulo.No lado vermelho, o sentimento é igual. Defendendo o tema "Garantido, Tradição", os preparativos do Boi do Povão são intensos. O bumbá tem como principal objetivo ser novamente campeão, conquistando assim o 29º título.
Artesão do Garantido trabalha com cuidado para deixar alegoria pronta (Foto: Frank Cunha/G1 AM)
O artesão Rildo dos Santos, 39, relatou ao G1 a rotina por trás do Garantido. "São três meses na correria para preparar tudo para o nosso boi brilhar na noite do Festival. O trabalho é pesado, mas depois dá uma forte sensação de dever cumprido", contou.Apesar da forte rivalidade na ilha, Rildo declarou que, durante seis meses, a tensão entre os integrantes dos bumbás é esquecida. "Passamos parte do ano aqui e outra no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde trabalhamos tudo para o Carnaval. Fico seis meses respirando ares paulistas ao lado de vários torcedores do Garantido. Lá todos nos unimos por um só sentimento: o de ser parintinense".
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