sexta-feira, 1 de junho de 2012

Abertura de porto para minério provoca polêmica no sul da Bahia


Os ambientalistas estão preocupados com o futuro dos pescadores e agricultores e com as espécies nativas da região.

No sul da Bahia, ambientalistas, empresários e autoridades discutem o projeto de implantação de um porto para escoamento de minério de ferro.
No centro da discussão, está um empreendimento de R$ 3,5 bilhões. O Porto Sul deve ser construído na Praia de Aritaguá, cinco quilômetros ao norte de Ilhéus. Por ele, seria escoado principalmente minério de ferro, que viria do sudoeste baiano pela ferrovia oeste-leste, uma obra do PAC.
Ao todo, serão sete audiências públicas em cidades diferentes da região para discutir com a comunidade o projeto do porto e o relatório de impacto ambiental, apresentado pela multinacional que pretende fazer o investimento.
Em Itacaré, o clima ficou tenso. Os ambientalistas estão preocupados com o futuro dos pescadores e agricultores e com as espécies nativas da região. “Não dá para calcular o tamanho do impacto na biodiversidade que vai ser suprimida, da riqueza que vamos deixar de dar para outras gerações futuras”, aponta o estudante Marcel dos Santos.
O governo do estado e a empresa dizem que as famílias serão reassentadas e que várias medidas para amenizar os danos ambientais estão previstos no projeto. “Serão realizados programas de resgate de fauna, bem como nós adquirimos uma área de compensação de ativo ambiental em torno de 1,7 mil hectares em que vamos investir na biodiversidade desse fragmento”, declara Eracy Lafuente, da Casa Civil.
Em fevereiro, o Ibama apontou falhas no relatório ambiental da empresa. Não há ainda data definida para o início das obras. Tudo depende de o Ibama conceder uma licença prévia e, mais tarde, uma licença de instalação. Só depois disso, as máquinas vão poder começar a trabalhar para que o porto sul deixe de ser apenas um projeto. “Nós vamos recolher todo o levantamento dessas audiências para ser feito um parecer técnico por nossa equipe de Brasília e aí, sim, recomendando ou não a expedição da licença”, destaca Célio Costa Pinto.
G1 BA

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