domingo, 1 de abril de 2012

Organizar estoque da loja reduz desperdício e evita perda de clientes


No DF, fornecimento de peças para a construção civil dá lucro.
Projeto do Sebrae ajuda empresas a racionalizar estoque.

Do PEGN TV

A construção civil é um forte setor da economia no Distrito Federal. E o fornecimento de material para o segmento lucra cada vez mais: são mais de cinco mil itens usados para erguer e reformar imóveis.
Para apoiar as lojas em gestão e vendas, o Sebrae criou o projeto “Brasília capital da construção”. 380 empresas foram reunidas no projeto e há três anos elas passam por mudanças.
Uma loja de material elétrico no Gama, cidade satélite de Brasília, dobrou o espaço de atendimento sem fazer nenhuma ampliação. O estoque ocupava metade da área e os clientes não conseguiam circular – e os funcionários não encontravam os produtos. E o dono da empresa, Leonardo Soares Araújo ficava com o prejuízo.
“Perda de venda. Isso aí é um problema crônico, porque às vezes você tinha a mercadoria, mas estava bagunçado lá no estoque. A pessoa que ia separar a mercadoria não sabia onde é que estava, e perdia a venda”, conta Araújo.
Uma consultoria do Sebrae ajudou a resolver o problema. Uma boa gestão do estoque é fundamental num segmento com que tem uma variedade grande de produtos. É importante acabar com a poluição visual da loja, para o cliente achar o que precisa.
“A partir do momento em que o empresário tem noção disso, ele consegue destinar um espaço na loja, exclusivo para o estoque desse material, e ganha espaço físico para circulação do cliente e melhor visualização do seu produto”, explica Zaíle Chagas, do Sebrae de Brasília.
O Sebrae sugeriu várias mudanças para facilitar as vendas. O empresário jogou fora um caminhão de mercadorias estragadas, ultrapassadas, que não podiam mais ser vendidas. O que sobrou foi organizado no subsolo da loja.
Agora, quando uma venda é feita, o pedido vem para o novo setor. No computador dá para visualizar a localização exata de cada item. Aí é só buscar o produto no corredor certo e entregar ao cliente.
A organização do estoque e a mudança no visual da loja causaram um crescimento imediato de 10% nas vendas. O maior resultado do projeto é a ampliação do negócio. A equipe de atendimento ganhou mais três funcionários, e a loja consegue expor produtos que têm uma margem de lucro maior, como os lustres.
E após 18 anos no mercado, finalmente a empresa cresceu. “Nós tivemos condições de abrir uma filial, aqui em Luziânia, próximo a Brasília, tem 60 dias que já está funcionando, já tá indo bem”, diz o empresário.
Em Itapoã, outra cidade satélite de Brasília, o empresário Wagner Delmiro também comemora. O projeto do Sebrae transformou a loja de materiais de construção. Um exemplo é o novo setor de expedição: antes, era o vendedor quem buscava os produtos no estoque. Agora, tem seis funcionários só para fazer o trabalho.
“Com a criação da expedição a gente setorizou a loja, ele já não perde mais tempo separando material, ele pode já atender direto o cliente, enquanto outra pessoa tá separando, e isso torna mais ágil o processo”, explica Delmiro.
A empresa existe desde 2003 e, durante sete anos, o estoque não era controlado. A desorganização gerava prejuízo: havia produtos em excesso ou estragados. Agora o empresário racionalizou o trabalho.
“Nós conseguimos girar o estoque em 50%, e nós conseguimos diminuir as compras em 20%, devido ao controle”, diz o empresário.
Com mais recursos, sobra dinheiro para investir: a loja tem banheiros novos; uma obra vai dobrar o espaço na área de atendimento; e o empresário vai inaugurar uma filial em outra cidade. Além disso, criou um site que traz para a empresa clientes de um perfil diferenciado.
“A nossa expectativa é de um crescimento no ano que vem de 30% das nossas vendas”, conta Delmiro.

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