quinta-feira, 29 de março de 2012

Portos do Norte e Nordeste devem absorver 80% dos grãos de MT


Setor produtivo do estado fala em novas aberturas de mercado.
Santana, no Amapá, deve encurtar também distâncias.

Leandro J. Nascimento Do G1 MT

Por dia são escoadas cerca de 100 mil toneladas de grãos no Porto de Paranaguá. (Foto: Divulgação Porto de Paranaguá)Portos das regiões Norte e Nordeste devem receber
grãos de MT (Foto: Divulgação Porto de Paranaguá)
Os portos da região Norte e Nordeste devem absorver nos próximos anos até 80% da produção de grãos de Mato Grosso, que somente na safra 2011/12 deve superar 34 milhões de toneladas.
A estimativa é da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) e está baseada na busca de novas rotas para encurtar as distâncias até os terminais portuários brasileiros, a exemplo de Santos e Paranaguá, que recebem a maior parcela da safra do estado. Para o presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, o setor produtivo aposta na consolidação do Porto de Santana (AP) como um dos maiores canais de escoamento.
Isto porque sua localização ao norte do país o torna porta de entrada e saída da região amazônica. A unidade ainda não opera com o embarque e desembarque de grãos porque não dispõe de estrutura para armazenamento. No entanto, a construção de três silos para captar a produção, iniciada este ano, dará o impulso para o início das atividades.
Para Carlos Fávaro, em 2013 Mato Grosso deve encaminhar até um milhão de toneladas de grãos para o porto no Amapá. "Posteriormente, a meta é ampliar este volume para até três milhões de toneladas de grãos por ano", destacou Fávaro.
Atualmente, pelo menos 10% da produção de grãos do estado saem pelos portos do Norte do Brasil. "Muito em breve esses números devem estar em 80% da produção com as três linhas de escoamento. A BR-158, a BR-163 e continuando pela BR-364 todas elas vão fluir para os portos do norte", frisou.
Riando Freire, presidente da Companhia Docas de Santana, que administra o Porto de Santana, explica que a construção dos três silos por uma holding está avaliada em R$ 16 milhões.
“Estes silos ficam prontos no primeiro semestre e têm capacidade de 18 mil toneladas, para começar a operação com carga solta. Ano que vem a empresa começa a montar o parque industrial. São R$ 16 milhões para construir o silo”, declarou o representante.
Segundo Freire, ao optar por Santana o produtor rural do Centro-Oeste brasileiro adquirirá maior velocidade nas operações de embarque e desembarque. “Somente a produção de soja de Mato Grosso dentro de um navio barra fora (já seguindo destino para o comprador) leva 15 dias. Se você for fazer a mesma operação vai ter de 30 a 45 dias via Santos ou Paranaguá”, pontuou ainda o presidente da Companhia.

“O porto de Santana vai encurtar a distância. Em um mês, carregam-se dois navios. Essa é a grande vantagem e reduz custos com permanência de navios, atracamento e permanência de caminhões na estrada”, acentuou.

A projeção é que ainda em novembro deste ano o porto inicie os embarques de grão, com a safrinha brasileira. No entanto, a operação ainda vai depender. “Toda estrutura vai estar pronta em julho e vai só depender da safra”, declarou Freire.

Por ano, 1,3 mil navios passam por Santana no Amapá. No local, destacam-se os embarques de produtos como o minério, cavaco de madeira e biomassa, provenientes do Amapá. Somando as operações com grãos devem atingir até 6 milhões de toneladas por ano, quando toda a infraestrutura estiver operacionalizada.

Além de Mato Grosso, Santana deve se tornar opção também para os produtores que estão no Pará, Amazonas, Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins, segundo explica Riando Freire.
“A ampliação do porto vai permitir a aproximação do setor produtivo com a logística mais viável, porque é maior a proximidade com a Europa, destino dos grãos geneticamente não modificados”, explicou.

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