sexta-feira, 30 de março de 2012

Arquidiocese tenta reverter decisão sobre crucifixos em prédios do RS


TJ decidiu pela retirada de símbolos religiosos dos espaços da Justiça.
Arcebispo de Passo Fundo teme que decisão se estenda a órgãos.

Do G1 RS, com informações da RBS TV

A arquidiocese de Passo Fundo, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, tenta reverter a decisão que determina a retirada de símbolos religiosos dos espaços públicos de prédios do Judiciário gaúcho. A questão passará por análise do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O pedido partiu do ex-prefeito Fernando Carrion e do advogado que representa a arquidiocese de Passo Fundo. Irineu Gehlen ingressou no CNJ, em Brasília, com um pedido de “desconstituição de ato administrativo”, para tentar suspender a decisão do Tribunal de Justiça gaúcho.
“O Conselho Nacional de Justiça tem competência para apreciar os atos administrativos dos Conselhos Estaduais de Magistratura e dos Tribunais de Justiça dos estados”, explica o advogado Irineu Gehlen.
Segundo o arcebispo de Passo Fundo, a preocupação da Igreja é que a decisão do Tribunal de Justiça se estenda para outros órgãos públicos. “É um abrir a porteira onde poderão passar muitos outros valores. Achamos que foi uma ação intempestiva e achamos que pode ser recuperado este valor”, afirma o arcebispo Dom Ercílio Simon.
No dia 6 de março, o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado decidiu pela retirada dos crucifixos e símbolos religiosos dos espaços públicos dos prédios da Justiça gaúcha. A decisão atendeu aos pedidos da Liga Brasileira de Lésbicas e de outras entidades sociais.
“Eu vejo como desnecessário manter um símbolo religioso, sendo que o espaço não é para decisões religiosas e sim para coisas pautadas pela lei, que é pura e simplesmente na razão”, opina Ronaldo Canabarro, coordenador do movimento Plural Coletivo.
O público que circula pelo Fórum de Passo Fundo já percebe a ausência de crucifixos e outros símbolos religiosos. “A gente tem que dar explicação onde ficou um peça ou outra”, diz o vigilante do local. O assunto deve entrar na pauta do CNJ depois da Páscoa, mas ainda não há previsão de quando o caso deve ser julgado.

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