quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Veja dicas para comprar câmera digital

Saiba o que levar em conta em termos de preço, megapixels e memória.
Mercado de câmeras cresceu 26% no Brasil em 2011.

Amanda Demetrio Do G1, em São Paulo
Câmeras dispostas em estante para serem vendidas em loja de São Paulo (Foto: Amanda Demetrio/G1)Câmeras dispostas em estante para serem vendidas em loja de São Paulo (Foto: Amanda Demetrio/G1)
A câmera fotográfica digital segue como objeto de desejo do brasileiro, ao menos de acordo com pesquisas feitas pelos usuários no Google no ano de 2011. Segundo dados levantados pela gigante de buscas, "câmera" foi o produto mais pesquisado durante o ano, na seção de compras. O assunto também colocou em evidência marcas como Sony, Samsung, Canon, Nikon, Kodak e Fujifilm.
No Brasil, houve crescimento de 26% em vendas de câmeras quando se comparam os 11 primeiros meses de 2011 e o mesmo período em 2010, de acordo com dados da empresa de consultoria GFK RT, que faz medições do mercado. Durante os meses pesquisados, foram vendidas 4,4 milhões de câmeras no país.
O G1 foi a lojas de eletrônicos em São Paulo e reúne abaixo dicas para uma boa compra. “As pessoas geralmente perguntam sobre quantidade de zoom, números de megapixels, memória”, explica Kelly Camargo, da Fast Shop. Veja abaixo o que considerar nesses temas.
Preço
“O preço médio de uma câmera hoje, principalmente falando das compactas, está na faixa de R$ 400 no país”, explica Alex Ivanov, diretor responsável pelo mercado de foto da consultoria GFK. Nas lojas visitadas pelo G1, a mais barata custava R$ 190 (uma câmera da Kodak a pilha).
O modo com o qual a câmera é alimentada –se a pilha ou bateria- pesa no preço. Além disso, a diferenciação pode ser feita por fatores como o número de megapixels, marca e funções extras, como a gravação de filmes e os modos de foto pré-prontos.
Câmeras com pilhas são mais baratas que as com bateria, porém há menos opções à venda,
dizem especialistas
Pilha ou bateria?
A câmera a pilha tem a vantagem de ser mais barata. Os contras, segundo especialistas, são o menor número de opções de modelos, o menor número de funções na máquina e a duração menor da carga. Em uma unidade da Fnac, por exemplo, havia apenas uma compacta a pilha para venda, da Canon, por R$ 249, sem estabilizador de imagem ótico e com resolução de filmagem VGA. A poucos metros era possível ver uma Panasonic, a bateria, por R$ 300, com recursos melhores de estabilização de imagem e filmagem.
A maioria das câmeras já é vendida com pilha ou a bateria e o carregador, mas é preciso considerar o custo com reposição. No geral, as pilhas recarregáveis funcionam por até 500 recargas. Na internet, o G1 encontrou um par AA recarregável por R$ 25. Baterias avulsas para máquinas como a da Sony foram encontradas por R$ 120, com garantia de 12 meses.
Megapixels
A cada ano são lançadas câmeras com mais megapixels. Na cabeça do consumidor, isso ainda está atrelado à qualidade do equipamento, afirmam os vendedores entrevistados. “Mas a boa foto está em outros fatores”, diz Leandro Franço, da loja Arena. Na verdade, o número de megapixels tem mais relação com o tamanho das fotos.
Leandro Franço, gerente da Arena, loja que vende eletrônicos no Shopping Santa Cruz, em São Paulo (Foto: Amanda Demetrio/G1)Leandro Franço, gerente da loja Arena, lembra que um número alto de megapixels não é fundamental
para uma boa foto (Foto: Amanda Demetrio/G1)
A maioria das câmeras vistas nas lojas em São Paulo traz, no mínimo, 12 Mpixels de resolução máxima, o que pode gerar imagens a serem ampliadas a até 36x24 centímetros, com resolução de 300 DPI (a resolução trata de quantos pontos por polegada serão colocados na foto).
Na verdade, para revelar fotos em 10x15 centímetros, tamanho básico, basta configurar a câmera para um mínimo de 2 Mpixels ou 3 Mpixels. Nas redes sociais, é possível postar fotos com menos pixels, mas os 2 Mpixels também são uma resolução boa para fazer uma foto grande e colocar no topo de sua Timeline, o novo perfil do Facebook, por exemplo.
Normalmente, um zoom de 3 ou 4 vezes já é legal para qualquer tipo de foto. Até mesmo em um show, o fotógrafo que quer ir além disso deve chegar mais perto do palco
Enio Leite, professor de fotografia
Zoom
Quem vai fazer fotos em viagens ou em eventos de família também se preocupa com a quantidade de zoom das câmeras. “Normalmente o zoom de 3 ou 4 vezes já é legal para qualquer tipo de foto. Até mesmo em um show, o fotógrafo que quer ir além disso deve mesmo é chegar mais perto do palco”, explica o professor Leite.
Ele alerta para o fato de que, quanto maior o zoom, maior é a probabilidade de o fotógrafo amador obter uma foto tremida depois do clique. “A máquina acaba ficando desestabilizada”, diz.
O zoom que acompanha as câmeras digitais atualmente também depende muito da lente que equipa a máquina, por isso observar o item contribui na hora de fazer imagens mais de perto.
Também é preciso saber se o zoom disponível é ótico ou digital, e comparar as imagens feitas nas duas opções. Segundo Leite, deve ser dada preferência pelo zoom ótico. “[O zoom digital] pega o centro da foto e amplia digitalmente. Ela acaba saindo distorcida”, afirma.
Glória Acuneia, que trabalha na New Digital, no centro de São Paulo (Foto: Amanda Demetrio/G1)Glória Acuneia, da loja New Digital, costuma
recomendar lente de 28 mm, que permite colocar
mais pessoas na foto (Foto: Amanda Demetrio/G1)
Lentes
As lentes estão mais diretamente ligadas à qualidade das fotos e à capacidade do zoom das máquinas. A dica principal é escolher lentes de marcas reconhecidas no mercado, como Carl Zeiss, Leica e as de fabricação própria da Sony, da Nikon e da Canon.
Além disso, Glória Acuneia, da loja New Digital, recomenda lentes de 28 mm, que permitem que o usuário capture com mais facilidade imagens de grandes grupos de pessoas em lugares fechados ou grandes cenas em locais abertos. “Cabe mais gente na foto”, explica a vendedora.
Para quem quer comprar uma máquina mais profissional, uma tendência do mercado é a câmera compacta com lentes intercambiáveis, explica Ivanov, da consultoria GKF. “O grande diferencial do mercado que vi na CES [maior feira de tecnologia do mundo, que aconteceu no início de janeiro em Las Vegas] foram essas câmeras. Alguns fabricantes brasileiros já estão apostando nesse nicho, que permite que o comprador tenha uma câmera compacta com os recursos básicos de uma profissional”, afirma.
Memória
Também é preciso ficar atento se a máquina digital já vem com um cartão de memória grande o suficiente para suas necessidades. Kelly Camargo, da Fast Shop, explica que um cartão de 2 gigabytes é suficiente para quem pretende revelar as fotos depois.
Cartão do tipo SD é mais vantajoso porque é compatível com mais câmeras e mais fácil de encontrar
“Fazendo fotos com uma resolução de 3 Mpixels, que é do tamanho 10x15 centímetros, dá pra armazenar 1.500 imagens em um cartão de 2 Gbytes”, explica a vendedora. Em viagens mais longas, uma dica é adquirir um cartão extra ou de maior tamanho de armazenamento. Na maioria das lojas, dá para encontrar cartões de até 64 Gbytes.
Outra dica é dar preferência pelas câmeras que são alimentadas por um cartão no formato SD, já que ele é mais fácil de encontrar no mercado, tem preços mais acessíveis e é o mais usado pelas máquinas. Assim, ao adquirir uma câmera nova, é possível usar um cartão antigo.
Funções extras
Quem já escolheu a lente e a quantidade de megapixels procura o que a câmera pode oferecer a mais para ajudar na obtenção na melhor imagem. “Quem conhece, pede câmera que faz foto panorâmica e isso é um diferencial da máquina”, explica Leandro Franço, da loja Arena.
Câmera com visor na parte da frente, a Samsung PL 120 (Foto: Divulgação)Câmera com visor na parte da frente, que
ajuda no autorretrato (Foto: Divulgação)
A panorâmica permite fazer longas fotos horizontais de cenários e é importante checar se a câmera faz a montagem da automaticamente –em alguns casos, o ajuste das imagens em panorâmica é manual.
Outra função de destaque é o modo automático, com o qual a própria câmera faz os ajustes necessários para bater a melhor foto de acordo com a ocasião. Além do automático, é importante verificar se a câmera já tem algumas configurações pré-prontas de cenários para quando você quer fazer uma foto com pouca luz ou de uma criança em movimento, por exemplo.
Uma busca recorrente nas lojas é pelas câmeras que trazem uma tela extra na parte da frente para que o usuário faça uma foto de si mesmo. Algumas das câmeras também se diferenciam por tecnologias que fazem a detecção de rostos ou sorrisos.
Além das funções para bater a foto, é importante checar se as máquinas oferecem meios mais simples de compartilhar as imagens em redes sociais. Algumas lojas brasileiras já oferecem modelos que podem ser conectados a uma rede Wi-Fi para fazer a transmissão de dados.
William Weffort, que vende câmaras na Fnac, em São Paulo (Foto: Amanda Demetrio/G1)William Weffort, da Fnac, diz que mulheres buscam
câmeras mais finas (Foto: Amanda Demetrio/G1)
Design
Cor e formato também são preocupações dos compradores na hora de adquirir uma câmera. “Estamos vendo uma tendência de personalização das câmeras no mercado”, aponta Ivanov, da GFK.
Os vendedores concordam que o preto e o prata ainda são as cores mais populares, mas o rosa está quase no mesmo nível. “As variações de rosa hoje já são tão populares quanto o preto e o prata”, diz Onorato, da Sony.
Franço, da Arena, revela que as cores fazem muita diferença na hora da venda “A rosa e a prata saem mais para as mulheres. A Sony enviou uma leva com vários cores e as coloridas são as primeiras a ir embora”, afirma. “Mulher gosta muito de câmera. Elas preferem as coloridas e finas, para caber no bolso”, completa William Weffort, que vende câmeras na Fnac. Em uma comparação feita em sites de compras, as câmeras coloridas não se mostraram mais caras que as pretas.
Câmeras compactas coloridas, que geralmente têm o mesmo preço das pretas (Foto: Divulgação)Câmeras compactas coloridas geralmente têm o mesmo preço das pretas (Foto: Divulgação)
Garantia
Na hora da compra, é importante verificar a garantia do produto, segundo Pedro Henrique, da loja Pola Pilha. “É uma das quatro principais preocupações de quem compra aqui”, explica. É preciso verificar qual a duração e se há possibilidade e interesse de extensão do prazo com o pagamento de uma taxa extra.
Ao fazer compras fora do país, fique atento à política de garantia das empresas. Às vezes, as companhias só oferecem assistência no país em que o equipamento foi comprado. Em alguns casos, é possível comprar garantia internacional, válida em todos os países.

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