quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Sem-terra paraguaios reivindicam áreas ocupadas por brasileiros


Terras são ocupadas há décadas por agricultores brasileiros.
Em Santa Rosa del Monday, muitos produtores já foram vítimas de invasão.

Do Globo Rural
Agricultores sem-terra chegam de todas as partes do Paraguai a acampamentos na região de fronteira com o Brasil para reivindicar parte das áreas ocupadas há décadas por agricultores brasileiros.
Na cidade de Santa Rosa del Monday, que fica há 70 quilômetros da fronteira com o Brasil, dos oito mil habitantes, seis mil são descendentes de brasileiros, a maioria agricultores. Muitos deles já foram vítimas de invasão.
O agricultor Odir Gobbi, que perdeu 33 hectares, há dois anos não pode plantar no que é dele. “Eles invadiram. Tem barracos na beira da estrada. Não estou podendo ingressar na propriedade”, diz.
Os carperos, como são chamados, vivem em acampamentos no interior das cidades. Só é possível chegar até eles só com a escolta da polícia. A entrada do local é protegida por homens armados com facões. Entre eles há muitas mulheres e até crianças.
Os carperos vivem em barracos de lona, material que no Paraguai é chamado de carpa. De acordo com o comando do grupo, a briga é pela reintegração de terras que, segundo eles, pertenceriam ao governo paraguaio. De acordo com a polícia, só no acampamento em Ñancunday, a 90 quilômetros da fronteira com o Brasil vivem cerca de sete mil pessoas.
Uma das líderes do movimento afirma que o grupo não pretende desistir da luta. Enquanto nada se resolve as famílias de brasileiros vivem cercadas de incerteza.

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