terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rebocadores puxam cruzeiro à deriva; Itamaraty é avisado sobre brasileiros


Costa Allegra sofreu incêndio com mais de mil pessoas a bordo.
Navio deve chegar às Seychelles; dois brasileiros estariam na embarcação.

Do G1, com agências internacionais

O cruzeiro Costa Allegra, que ficou à deriva no Oceano Índico com mais de 1.000 pessoas a bordo, em uma região habitualmente repleta de piratas, estava sendo rebocado nesta terça-feira (28) para as Ilhas Seychelles, no mesmo dia em que o Itamaraty foi comunicado pela empresa Costa Crociere da existência de brasileiros a bordo.
Segundo o Itamaraty, a empresa avisou sobre a presença de dois brasileiros a bordo da embarcação, mas a informação ainda não foi confirmada já que não houve contato de familiares. O ministério está em busca de confirmação e de informações sobre a situação dessas pessoas para saber se pode contribuir de alguma forma.
Dois rebocadores provenientes das ilhas Seychelles chegaram até o local em que o Costa Allegra se encontrava para ajudar o barco francês "Trevignon", que havia ficado a cargo do navio avariado na terça-feira às 2h40 GMT (23h40 de Brasília da segunda-feira).
O Costa Allegra deve chegar até quinta-feira em Mahé, a principal ilha do arquipélago, no lugar de Desroches, como foi anunciado inicialmente.
"Desembarcar na ilha de Desroches não contava com as condições necessárias e adequadas para (...) os passageiros", explicou a companhia Costa Crociere em comunicado, afirmando que não havia capacidade para receber todos os passageiros.
As autoridades de Seychelles confirmaram a mudança de rumo, completando que o navio devia chegar a Mahé entre quarta-feira à noite e quinta-feira pela manhã.
Foto tirada por tripulante de pesqueiro francês e divulgada pelo governo das Ilhas Reunião mostra o Costa Allegra (à esquerda) sendo rebocado pelo pesqueiro francês Trevignon, no Oceano Índico, nesta terça-feira (28) (Foto: AP)Foto tirada por tripulante de pesqueiro francês e divulgada pelo governo das Ilhas Reunião mostra o Costa Allegra (à esquerda) sendo rebocado pelo pesqueiro francês Trevignon, no Oceano Índico, nesta terça-feira (28) (Foto: AP)
Um navio da guarda costeira de Seychelles também chegou ao local em que estava o barco avariado, cuja posição exata não foi divulgada.
Segundo a Costa Cruzeiros, a chegada de outros rebocadores permitirá "aumentar a velocidade" do traslado do Costa Allegra.
O cruzeiro ficou à deriva desde um incêndio ocorrido na segunda-feira na sala de máquinas, que foi extinto sem causar vítimas.
Há 627 passageiros a bordo, de várias nacionalidades, entre eles dois brasileiros, segundo a agência France Presse e 413 tripulantes. O Itamaraty não confirmava essa informação.
O Costa Allegra pertence à companhia de navegação ítalo-americana Costa, proprietária do Costa Concordia, que naufragou no último 13 de janeiro em frente à ilha italiana de Giglio deixando 32 mortos.
A Costa afirmou na terça-feira em comunicado que os dois acontecimentos não são comparáveis. No entanto, reconheceu que dois incidentes desse tipo em tão pouco tempo são prejudiciais à sua "reputação".
O cruzeiro, de 188 metros, zarpou no sábado de Madagascar rumo às ilhas Seychelles e previa seguir para Omã e Egito.
O navio, com 399 camarotes, foi construído em 1992, remodelado em 2006 e pode transportar um máximo de 1.400 pessoas.
Nove militares italianos, especializados no combate à pirataria, que afeta com frequência essa região, encontram-se a bordo do cruzeiro, afirmou a mesma fonte.
"Não se corre perigo de pirataria, mas não podemos garantir 100%", comentou o comandante Giorgio Moretti, diretor de operações marítimas da companhia, que descartou que o cruzeiro possa encalhar como ocorreu em janeiro com o "Costa Concordia".
Dois aviões, um de Seychelles e outro da Índia, escoltam o barco. Navios estrangeiros de vigilância tentam intervir em Seychelles há vários anos para tentar reduzir o número de piratas na região.
Por outro lado, dois reféns morreram durante uma operação da Marinha dinamarquesa que liberou outros 16 reféns em um barco pirata em frente à costa da Somália, anunciou nesta terça-feira a marinha escandinava.
O barco dinamarquês faz parte de uma missão liderada pela Otan que tenta combater a pirataria em frente à costa da Somália e do leste da África.
Imagem feita por autoridades das Ilhas Seychelles mostra o Costa Allegra na segunda-feira (27). (Foto: Marinha das Ilhas Seychelles / AP Photo)Imagem feita por autoridades das Ilhas Seychelles mostra o Costa Allegra na segunda-feira (27). (Foto: Marinha das Ilhas Seychelles / AP Photo)

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