Festival anual de pesca esportiva da cidade é o maior do mundo.
Cáceres tem belezas naturais ainda pouco exploradas pelo turismo.
Passeio de chalana pelo Rio Paraguai (Foto: Pollyana Araújo/G1)
Além de sediar o maior festival de pesca de água doce do mundo, Cáceres, a 208 quilômetros de Cuiabá, oferece várias opções de lazer em pontos turísticos que relembram a história do período colonial, trilhas e safáris ecológicos. O turismo de pesca fluvial pelo Rio Paraguai movimenta a economia local e atrai milhares de turistas. Somente no último festival, mais de meio milhão de pessoas passaram pela cidade, segundo a Secretaria de Turismo do município."Estocamos peixe e servimos à vontade durante todo o passeio de 165 quilômetros pelo Rio Paraguai", disse o cacerense. Ele dispõe de uma chalana que passa por vários pontos turísticos localizados às margens do rio. À bordo da chalana por cinco dias, até 14 pessoas podem percorrer o rio passando pela reserva Taiamã que possui uma diversidade de animais silvestres e ninhais.
Um dos principais pontos de parada é a fazenda Descalvados, tombada como patrimônio histórico do estado. A propriedade se destacou na criação de gado e hoje mantém a arquitetura original de sua sede seguindo o mesmo estilo das grandes fazendas da época. Atualmente, o casarão construído em 1886 é uma das pousadas mais bem frequentadas da região. No local centenário também funciona um centro de pesquisa.
Logo na entrada, os visitantes são recebidos com os cantos dos pássaros que vivem nos inúmeros ninhos espalhados pela mata. Além dos sáfaris diurnos e noturnos, segundo o empresário Cairo Bernardinho da Costa, os hóspedes podem ter uma visão panorâmica da fauna, flora e da parte arqueológica em um voo de helicóptero com capacidade para quatro passageiros. Os prédios que passaram pelo processo de restauração foram tombados em 2001 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Há outros locais, no entanto, que são pouco explorados, como é o caso da Dolina Água Milagrosa, um lago que se formou em cima de um morro. Dona Aparecida Castrillon, proprietária do sítio onde fica a lagoa, explica que um mergulhador desceu mais de 180 metros de profundidade e não encontrou o fundo.
Segundo os moradores, a região servia de esconderijo para escravos que fugiam dos seus senhores. "Essa lagoa tem muitas histórias. Dizem que os escravos fugiam das fazendas porque eram açoitados e como a água é calcária, as feridas eram cicatrizadas", disse. Hoje é permitida apenas a entrada de mergulhadores profissionais, mas a intenção da dona do sítio é conseguir o licenciamento ambiental para que os turistas possam fazer flutuação.
'Cidade das bicicletas'
Independentemente da idade, sexo e classe social, os cacerenses ainda têm a bicicleta como principal meio de transporte, como é o caso do vigilante Cícero Anastácio, de 61 anos. Ele diz que aprendeu a andar de bicicleta aos 8 anos e nunca mais parou. "Sempre gostei. Acho que não tem ninguém que ande mais de bicicleta do que eu", brincou.
Para oferecer comodidade aos clientes, a maioria dos supermercados da cidade de Cáceres possui estacionamento exclusivo para abrigar as biclicletas. O comércio local também destina uma área para o meio de transporte mais utilizado pelos cacerenses.
Diferentemente das grandes metrópoles, existem muitas oficinas de conserto de bicicletas em Cáceres e, inclusive, há uma concorrência entre elas, como é possível identificar pelas faixas de promoções expostas em frente aos comércios.
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