domingo, 1 de janeiro de 2012

Resultado das safras de soja e milho surpreende os produtores

 

Soja registrou um crescimento de 9,7% em relação à safra anterior.
País colheu 57,5 milhões de toneladas de milho no primeiro semestre.

Do Globo Rural
A soja e o milho geraram boa renda aos produtores que esperam que os resultados da futura colheita sejam parecidos aos de 2011, ano em que a produção de grãos chegou a quase 160 milhões de toneladas, um número 9% maior em relação à safra anterior.
A soja foi a grande vedete, com 75,3 milhões de toneladas e um crescimento de 9,7% sobre a safra anterior. O agricultor Mauro Nazari, de Maringá, no Paraná, conseguiu vender a soja por até R$ 45 cada saca de 60 quilos.
Mas os desafios para quem exporta ou precisa escoar a produção vão além do mercado. Em muitos estados, principalmente do Centro-Oeste e do Nordeste, os produtores ainda têm de enfrentar estradas precárias, quase intransitáveis. O ano começou com a promessa de recuperação das estradas. Mas na BR-158, rodovia federal que atravessa o estado de Mato Grosso de norte a sul, ainda existem atoleiros e buracos.
A grande surpresa de 2011 foi o milho, com a saca do grão sendo comercializada a R$ 24 no Paraná. O produtor Wilson Menin lembra com orgulho da lavoura que colheu no primeiro semestre. “Quando eu fui plantar o preço estava muito baixo. Se fizer um comparativo com a soja, a maioria dos produtores pendeu para o lado da soja. Eu resolvi manter o milho e tive uma surpresa muito grande. Eu plantei a R$ 14 e colhi a R$ 22”, diz.
Em todo país, foram colhidas no primeiro semestre 57,5 milhões de toneladas de milho. Houve um aumento de 2,7% em relação a 2010. Nas indústrias e cooperativas a colheita encheu os armazéns.
A cooperativa de Campo Mourão, no Paraná, recebeu 1,5 milhão de toneladas de milho em 2011. A Coamo foi uma das cooperativas que mais exportaram grão no país. “Houve um crescimento bastante grande em relação ao ano passado. No ano, a perspectiva é de crescer ainda mais no volume de exportação”, diz Aroldo Galassini, presidente da Coamo.
“A safra recorde e preços historicamente altos foram a combinação perfeita em 2011. Para 2012, o consumo vai diminuir. Vamos ter estoques mais apertados e preços mais altos que temos hoje. A China é e continuará sendo um grande importador de produtos agrícolas”, avalia o corretor Antonio Sartori.
Em 2011, o produtor de trigo teve mais um ano de safra menor e preço ruim. A produção nacional caiu cerca de 8% por causa das geadas e da redução de área. A saca foi vendida abaixo do mínimo mais uma vez porque o governo diminuiu o apoio à comercialização.
No algodão, o primeiro semestre registrou aumento de produção e preços em alta. Mas, o ano termina com o mercado perdendo força. O produtor, mais cauteloso, reduziu o plantio para a próxima temporada.
A produção de feijão cresceu 14% ao longo do ano. A maior oferta acabou derrubando os preços e causou desestímulo ao produtor. A primeira colheita de 2012 terá uma redução na área.
A produção de batata do centro-sul aumentou 6% e houve queda nos preços da cultura. Os agricultores tiveram que administrar os custos.

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