Agência Estado
De acordo com o especialista, o principal problema é que o tratamento do pé diabético não é feito precocemente. Isso ocorre porque, muitas vezes, o paciente ainda não sabe que tem a doença. Ou se recusa a aceitar o diagnóstico, já que os sintomas iniciais não provocam grande incômodo. Sem tratamento adequado, a ferida evolui, levando à amputação.
"O paciente também tem de lidar com o sistema público de saúde. Muitas vezes ele precisa de um debridamento, procedimento cirúrgico de pequeno porte, que trata a lesão e evita a amputação, mas só consegue marcar para um ano depois da primeira consulta. Ele precisa ser atendido em três dias", afirma o Caiafa. "O resultado é uma legião de amputados".
O médico lembra que há poucas estatísticas tanto sobre os efeitos da doença como sobre os custos. O diabético amputa por infecção ou problemas vasculares, o que faz com que as estatísticas sejam mascaradas. "Os problemas vasculares são potencializados pela diabete. O diabético tem arteriosclerose mais precoce e mais intensa do que o não-diabético", afirma.
Ele usa dados americanos para comentar sobre os gastos com pacientes com complicações pelo pé diabético. O custo anual nos Estados Unidos é de US$ 120 bilhões com diabéticos - 50% é o valor gasto com cirurgias, medicamentos, internações. A outra metade é o custo indireto com aposentadorias, afastamentos, licenças. " Dos custos diretos, 27% são gastos com o pé diabético. É a complicação mais cara, isoladamente, por causa da repetição. Esse paciente é operado muitas vezes, internado muitas vezes".
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