quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Arruda gastava R$ 600 mil por mês com propina, diz Durval Barbosa

 

Declaração foi em acareação no TJ; ex-deputada negou receber dinheiro.
Advogado de ex-governador do DF disse que Durval não tem credibilidade.

Do G1 DF, com informações do DFTV
O delator do suposto esquema do mensalão do DEM, Durval Barbosa, afirmou nesta quinta-feira (1) que o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda gastava cerca de R$ 600 mil por mês para comprar apoio de deputados distritais (veja ao lado vídeo sobre o caso). A afirmação foi feita durante acareação com a ex-deputada Eurides Brito, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
O advogado do ex-governador, Nélio Machado, afirmou ao G1 que a declaração de Durval Barbosa carece de verdade. “Eu acho que a credibilidade do Durval é absolutamente nenhuma. [...] É quase risível que o Arruda tenha sido preso e o Durval não tenha passado um dia na cadeia.”
Machado afirmou que o fato de ainda não haver denúncia contra o ex-governador “é um sinal indicativo do vazio da acusação”. “Eu confio na Justiça. Aqueles que mentem acabam sendo desmascarados”, disse.
Em abril do ano passado, o Ministério Público entrou com ação por improbidade administrativa contra a ex-deputada após a divulgação das imagens em que Eurides aparece recebendo dinheiro de Barbosa. Durante a audiência, Eurides e Barbosa ficaram frente a frente e apresentaram versões diferentes para o vídeo.
Ela reafirmou que o dinheiro foi um pagamento de gastos que teve com encontros políticos na pré-campanha de 2006. Barbosa disse que pagou, entre 2003 e 2006, cerca de R$ 20 mil por mês para que Eurides apoiasse o então governador José Roberto Arruda.
Barbosa afirmou ainda que fez quatro vídeos de Eurides recebendo dinheiro dele, mas disse que os outros três foram apagados do computador. Disse também que, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2006, entregou R$ 60 milhões para Arruda usar na campanha.

Os recursos para o pagamento de propina teriam sido obtidos em contratos do Instituto Candango de Solidariedade e da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).
A Câmara Legislativa do DF cassou em junho de 2010 o mandato de Eurides por 16 votos a favor, 3 contra e 3 abstenções.
Eurides foi processada por quebra de decoro parlamentar e foi a primeira cassada entre os oito parlamentares investigados de participação no esquema de corrupção chamado de mensalão do DEM.

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