terça-feira, 29 de novembro de 2011

Caça de jacarés visa combater a superpopulação em Porto Velho

 

Ribeirinhos estão ganhando dinheiro com o abate dos animais.
Eles conseguiram autorização do Instituto Chico Mendes para caçar.

Do Globo Rural
A reserva extrativista Cuniã, em Rondônia, foi criada há 12 anos como forma de proteção dos recursos e riquezas naturais.
Na área de 55 mil hectares, o silêncio só é quebrado pelos pássaros e pela movimentação temerosa do jacaré-açú, considerado o maior animal da espécie em toda a América do Sul.
Eles medem até cinco metros e podem pesar mais de 400 quilos. Estão por toda a parte e passeiam em grupos. A administração da reserva é feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e segundo dados do órgão, no Lago do Cuniã, existem em média 150 jacarés por quilômetro de margem, o que caracteriza superpopulação.
Os riscos de ataques se tornaram evidentes desde 2004, quando uma criança de cinco anos foi morta por um jacaré. O acidente mudou a rotina da comunidade com cerca de 80 famílias.
Os ribeirinhos se mobilizaram e conseguiram junto ao Ibama e ao ICMBio autorização para o abate do animal. Para isso foram treinados pelas instituições a se tornarem jacarezeiros, que ajudam no controle da superpopulação.
A captura é feita à noite, o animal é imobilizado com a luz de lanternas especiais. De dentro da pequena embarcação, o jacaré é laçado com fios de aço.
No dia seguinte, o abate é feito em um frigorífico inaugurado em abril deste ano dentro da comunidade. Para administrar o frigorífico, os ribeirinhos se organizaram em cooperativa e estão aprendendo com a Emater desde a distribuição de cargos e tarefas, até a comercialização do produto.

A carne de jacaré já embalada é retirada do frigorífico e colocada em isopores. Depois, é levada de barco até Porto Velho para seguir em busca do mercado consumidor.
Os ribeirinhos encontraram no abate uma forma de controlar a superpopulação, melhorar a renda e a qualidade de vida na comunidade.

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