domingo, 30 de outubro de 2011

Fertilização permite que vaca tenha até 150 bezerras por ano em Goiás

 

Produtor de leite investe na criação de um banco genético do gado leiteiro. Além de padronizar plantel, técnica aumenta lucro da atividade leiteira em 27%.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
Em Jataí, a 327 km de Goiânia, um produtor de leite decidiu investir na criação de um banco de material genético do gado leiteiro. Com a seleção do ácido desoxirribonucleico (DNA), ele consegue produzir bezerras de alto desempenho. Além de padronizar o plantel da fazenda, a técnica aumenta o lucro da atividade leiteira em 27%. E com a fertilização in vitro dá para ter até 150 filhas da mesma vaca durante o ano.

Segundo o pecuarista Roberto Perez, uma vaca comum pode ter cerca de 12 gestações ao longo da vida, sendo que metade pode ser de filhotes fêmeas. Com o uso da tecnologia, o material genético do animal é retirado e colocado em outras fêmeas, que funcionam como uma espécie de barriga de aluguel. Assim, uma única vaca pode gerar diversos embriões.
O pecuarista cita o exemplo de uma bezerra, que ainda não chegou à idade adulta, mas que já é uma doadora de célula. Quatorze vacas receberam seus embriões e, em poucos meses, reproduzirão animais com alto valor de mercado.

“Antigamente, a produtividade ficava entre 10 quilos e 12 quilos de leite. Hoje é natural, num regime convencional normal, que a produção chegue a 25 quilos. Um animal que produz 25 quilos gasta o mesmo que aquele que produz 12 quilos. O custo benefício é muito grande. É aonde se agrega valores, e isso é importantíssimo para a pecuária de leite”, compara o pecuarista Roberto Perez.

AlimentaçãoDe acordo com o professor de agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), especialista em bovinos leiteiros, Edgar Saenz, o manejo adequado também é muito importante para a produtividade do rebanho. Por isso, as vacas da fazenda do pecuarista Roberto Perez recebem tratamento especial.

Para evitar o estresse da caminhada no pasto, o gado é tratado no cocho. A medida diminui o desperdício de silagem, protege os animais de parasitas e contribui para o aumento do leite.
Segundo Edgar Saenz, uma vaca bem alimentada vai produzir muito, se tiver potencial genético.

Agora, de nada adianta ter muito potencial e não ter comida. “Nesses casos, a vaca pode até produzir, no entanto vai perder condição corporal, o que vai ser refletido, principalmente, na sua reprodução”, ressalta.

Para qualquer nível genético do rebanho, o especialista recomenda atenção ao manejo. “Se a gente não der uma atenção à sombra e à água. Se não tentar diminuir barros e parasitas, na época de chuva, esses animais não vão conseguir produzir adequadamente e poderm, inclusive, vir a ter sérios problemas de saúde”, alerta.

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