sábado, 1 de outubro de 2011

Em noite de pouco futebol, Palmeiras e América-MG ficam no empate

 

Duelo expõe as deficiências das duas equipes. Verdão sofrerá muito para se garantir na Libertadores, enquanto Coelho deve cair para a Série B

Por Marcelo Prado São Paulo

Uma semana em silêncio para controlar os problemas internos e pensar apenas na briga por uma vaga na Taça Libertadores de 2012. Porém, nada mudou no Palmeiras. Nem a volta de Valdivia e a bola parada de Marcos Assunção foram capazes de fazer o time voltar a vencer no Campeonato Brasileiro. Em noite de muitos erros e diante de um América-MG organizado em campo, o empate por 1 a 1, no estádio do Canindé, foi justo pelo que as duas equipes mostraram.
A igualdade foi péssima para paulistas e mineiros. Os comandados por Luiz Felipe Scolari seguem na oitava colocação, com 40 pontos, quatro a menos que o Fluminense, que hoje ficaria com a última vaga para o principal torneio das Américas no ano que vem. Já os dirigidos por Givanildo Oliveira continuam na lanterna, com 20 pontos, e cada vez mais perto da Série B.
Os dois times voltarão a campo no próximo fiim de semana. O Verdão, domingo, vai descer a serra para fazer o clássico paulista contra o Santos, na Vila Belmiro. O América-MG, no sábado, também fará um duelo regional, contra o Atlético-MG, possivelmente confirmado para a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Equilíbrio no primeiro tempo
O Palmeiras entrou em campo com Valdivia, recuperado de lesão muscular, como principal novidade. Felipão armou o time no 4-4-2 e, sem Kleber, machucado, formou o ataque com Maikon Leite e Fernandão. Já o América-MG, precisando desesperadamente da vitória pela dramática situação que enfrenta na tabela, entrou no 3-5-2.
Quando a bola rolou, quem começou melhor foi o time mineiro. Com um jogador a mais no meio-campo, o time tinha liberdade para tocar a bola e, em dois lances seguidos, Gilson e André Dias exigiram boas defesas de Deola. O Palmeiras concentrava seu jogo em Valdivia e apostava na rapidez de Maikon Leite. O problema é que o time errava muitos passes, o que facilitava a marcação adversária.
valdivia amaral palmeiras x américa-mg (Foto: Agência Estado)Valdivia foi bem marcado pelos jogadores do América-MG na partida deste sábado (Foto: Agência Estado)
Como já virou rotina, quando as coisas não funcionam, Marcos Assunção aparece para fazer a diferença na bola parada. Aos 14, ele assustou Neneca em cobrança de falta que acertou o travessão. Quinze minutos depois, dessa vez em um mini escanteio pelo lado esquerdo, ele mandou para a área e Micão, de cabeça, desviou contra o próprio patrimônio: 1 a 0 e festa da torcida que compareceu em bom número.
Daí para frente, o jogo caiu muito de rendimento. O Palmeiras seguiu melhor, mas pouco criou pela falta de categoria de algumas de suas peças. Gabriel Silva, por exemplo, não acertava um cruzamento. Luan errava passes e Valdivia, bem marcado, quando conseguia levar vantagem era parado na base da falta. Ao 46, no último lance do primeiro tempo, após cruzamento do lateral Marcos Rocha pela direita, Maurício Ramos marcou bobeira e Kempes, sozinho na área, bateu no ângulo de Deola: 1 a 1 e vaias para o Verdão na saída para o intervalo.
Jogo fraco no segundo tempo
O América-MG, que havia perdido Dudu lesionado ainda no primeiro tempo, teve mais uma alteração no intervalo. Givanildo Oliveira sacou o apagado André Dias para colocar o veterano Fábio Júnior. No primeiro lance, ele só não marcou de cabeça porque Deola fez um milagre, após cruzamento da direita de Marcos Rocha.
O Palmeiras, que retornou com a formação inicial, voltou muito mal para a etapa complementar. Claramente, o gol marcado por Kempes enervou os jogadores. A torcida ainda tentou fazer a sua parte, gritando e empurrando o time das arquibancadas. Mas dentro de campo, as coisas não funcionavam. Gabriel Silva, em noite horrorosa, cedeu vaga a Gerley aos 12. Dois minutos depois, Deola, com dificuldades, espalmou cobrança de falta de Amaral.
Tentando dar novo gás ao time, Felipão sacou Fernandão e colocou Ricardo Bueno no ataque. A equipe estava tão mal em campo que a primeira chance só foi surgir aos 24 e claro, com Marcos Assunção, que cobrou escanteio pela esquerda. Valdivia desviou e Maurício Ramos testou de cabeça no canto esquerdo de Neneca, que fez um milagre e evitou o gol. Foi o último lance de emoção da partida. Felipão ainda deu a última cartada, com Vinícius na vaga de Luan. Nada adiantou. E no fim, após mais um insucesso, o torcedor palmeirense, que apoiou durante os 90 minutos, perdeu a paciência e reclamou bastante.
O técnico Luiz Felipe Scolari foi a principal vítima. Gritos como "Ei Felipão, seu imbecil, pega o seu time e vai para a ....." e "Fica Felipão, no fim do ano nós vamos para o Japão" ecoaram no Canindé. Jogadores como Marcos Assunção e Luan também foram "homenageados".

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