Polícia Civil foi a categoria que mais vezes interrompeu atendimento.
GDF diz que reajuste salarial neste ano só em casos 'excepcionais'.
Desde o início do ano, pelo menos 15 categorias de servidores ou trabalhadores ligados à prestação de serviço público no Distrito Federal entraram em greve ou fizeram paralisações. No total, em 170 dias do ano, contados até a última sexta-feira (29), cidadãos não tiveram acesso a algum serviço público ligado ao governo do DF (veja quadro abaixo).
Em alguns casos, uma mesma categoria fez mais de uma paralisação nos dez primeiros meses do governo Agnelo Queiroz– caso dos policiais civis, que já haviam suspendido as atividades quatro vezes neste ano e que decretaram na última quinta-feira (27) greve por tempo indeterminado.
Em alguns casos, uma mesma categoria fez mais de uma paralisação nos dez primeiros meses do governo Agnelo Queiroz– caso dos policiais civis, que já haviam suspendido as atividades quatro vezes neste ano e que decretaram na última quinta-feira (27) greve por tempo indeterminado.
De acordo com a Secretaria de Administração Pública, novas contratações e reajustes só vão ocorrer neste ano em casos "excepcionais"
De acordo com a assessoria da Secretaria de Administração Pública (Seap), o GDF cumpriu neste ano todos os acordos feitos com servidores em gestões anteriores, o que comprometeu o orçamento deste ano.
Como os gastos do governo já estão perto do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), reajustes salariais ou a contratação de novos servidores só vão ocorrer em 2011 em casos “excepcionais”, informou a Seap.
Nessa categoria está enquadrado o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje). No mês passado, os agentes que trabalham no local protestaram contra a falta de pessoal e exigiram a contratação imediata de 350 pessoas já aprovadas em concurso. Em um dos módulos do centro, três agentes são responsáveis pela vigilância de 80 menores infratores, informou o sindicato dos agentes de reintegração do centro.
Como os gastos do governo já estão perto do teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), reajustes salariais ou a contratação de novos servidores só vão ocorrer em 2011 em casos “excepcionais”, informou a Seap.
Nessa categoria está enquadrado o Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje). No mês passado, os agentes que trabalham no local protestaram contra a falta de pessoal e exigiram a contratação imediata de 350 pessoas já aprovadas em concurso. Em um dos módulos do centro, três agentes são responsáveis pela vigilância de 80 menores infratores, informou o sindicato dos agentes de reintegração do centro.
GREVES NO DISTRITO FEDERAL ATÉ OUTUBRO DE 2011 | |||
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CATEGORIA | DIAS DE PARALISAÇÃO | O QUE PEDIU | O QUE CONSEGUIU |
Agentes de reintegração do Caje | 3 dias em outubro | Aumento do efetivo, reestruturação da carreira | Negociações em andamento |
Agentes de Saúde | 10 dias em setembro | Incorporação de gratificações e mudanças na carreira | Abono salarial e novo concurso, ainda sem data |
Agentes Penitenciários | 21 dias em outubro | Reajuste salarial de 120% e aumento do efetivo | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Conselheiros tutelares | 13 dias em junho | Reajuste salarial e aumento do efetivo | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Coopatram | 27 dias entre março e abril | Pagamento de salários atrasados | Pagamento parcelado dos salários |
DER-DF | 15 dias em junho | Pagamento antecipado de gratificação | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Detran | 3 dias em setembro e 1 de paralisação em outubro | Aumento do efetivoo e incorporação de gratificação | GDF se comprometeu a fazer concurso e negociar |
DFTrans | 1 de paralisação em setembro e 1 de paralisação em outubro | Aumento do efetivo e reajuste salarial de 25% | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Enfermeiros | 2 dias de paralisação em outubro | Incorporar a Gratificação de Atividade de Enfermagem (GAE) ao salário | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Metroviários | 3 dias em março | Reajuste salarial de 25% e reestruturação da carreira | GDF aceitou negociar, mas não deu detalhes |
Polícia Civil | 3 dias em fevereiro; 16 dias entre março e abril; 6 dias em outubro; e greve desde o dia 27 | Reajuste salarial de 28% e reestruturação da carreira | Reajuste salarial de 13%, que ainda não foi implementado |
Professores | 7 dias de paralisações para realização de assembleias | Reajuste salarial de cerca de 50% - equiparação com salário dos médicos | Reajustes anuais até 2014 de 2 a 7% |
Rodoviários | 3 dias em setembro | Assinatura de acordo coletivo | GDF diz que está cumprindo o acordo assinado em junho |
Rodoviários de Ceilândia | 1 dia em julho | Reajuste salarial de 8% e pagamento de horas extras | Empresários aceitaram negociar, mas não deram detalhes |
Servidores da educação | 17 dias em maio e 1 de paralisação em outubro | Aumento do efetivo, plano de saúde e incorporação de gratificação ao salário | Plano para reestruturar carreira e incorporação da GAE ao salário |
Servidores da saúde | 15 dias em julho | Redução de carga horária, aumento do tíquete alimentação, plano de saúde, incorporação de gratificação ao salário | Incorporação da GATA ao salário |
"Temos que esperar os resultados do último quadrimestre de 2011 e respeitar o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal", disse Nascimento em audiência pública na Câmara Legislativa do DF sobre o projeto de Lei Orçamentária Anual de 2012.
Segundo a Seap, a maior preocupação do GDF no momento é que as categorias que estão paralisadas retomem o trabalho o mais rapidamente possível para evitar mais prejuízos para a população.
Na semana passada, por exemplo, o secretário Wilmar Lacerda chegou a se reunir com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para tratar das demandas dos policiais civis. Como o governo federal também está cortando gastos, ele não conseguiu nenhuma ajuda concreta.
Instrumento de negociação
O professor da Universidade de Brasília Victor Russomano, especialista em direito do trabalho, avalia que as greves ainda são a principal ferramenta de negociação dos trabalhadores.
“Os sindicatos podem celebrar periodicamente acordos ou convenções coletivos de trabalho, mas o meio mais eficaz de que eles dispõem é a greve, a paralisação”, afirma o professor.
Russomano lembra que as greves são um direito, mas que têm que cumprir determinadas diretrizes legais. “Para setores essenciais, como saúde, há um mínimo de trabalhadores que devem continuar na ativa.”
Ele diz ainda que, em determinados casos os movimentos grevistas, além de serem considerados ilegais, podem ser mal recebidos pela sociedade. “[Em alguns casos], existe uma certa pressão popular difusa contra as greves, porque elas causa inconvenientes para população. Cabe às categorias explicar o porquê da greve, fazer uma campanha de esclarecimento.”
A Seap informou que o secretário anterior da pasta, Denílson Bento da Costa, prometeu reajustes para algumas categorias, como os policiais civis, em um momento em que as contas do GDF ainda não estavam tão perto do limite definido pela LRF.
Ainda de acordo com a Secretaria de Administração Pública, a maior preocupação do GDF agora é que as categorias que estão paralisadas retomem o trabalho o mais rápido possível para evitar maiores prejuízos para a população.
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