Não há acesso de carro a comunidade Sítio Anil, a 6 km da cidade do Crato.
Estrada precária dificulta a ida a escola; padre não consegue chegar a igreja.
Moradores do sítio Anil, na zona rural do Crato, no sul do Ceará, reclamam da falta de acesso ao local, onde só se consegue chegar de jegue. Ao longo da estrada de acesso à área, que fica a 6 km da cidade, há muitas ladeiras e buracos.
Em um dos trechos a erosão abriu uma vala no meio da estrada, o que não permite a passagem de carros. "Só o jegue mesmo, por causa das estradas. Não é todo carro que sobe", reclama o agricultor Luiz José da Silva.
Safra perdida
Os filhos de José da Silva também reclamam que precisam caminhar quase 5 km para pegar o transporte escolar. "Nós subimos a ladeira. A gente caminha uma hora para chegar e pegar o carro para poder ir para a escola. Chegamos na escola atrasados, cansados. É difícil", diz o estudante Lucas da Silva.
A estrada, que poderia ajudar a escoar a produção agrícola da localidade, acaba dificultando. Sem o acesso, os agricultores não conseguem vender o que cultivam: ciriguela, jaca, laranja, banana, café e até algodão.
"Se tivesse estrada aqui tinha gente demais. Quando saísse um, o outro vinha comprar. Tudo seria mais fácil", diz o aposentado José Cícero da Silva, que colhe três toneladas da fruta ciriguela durante o período da colheita. Mas a maior parte da safra fica perdida porque ele não tem como transportar a produção para vender no mercado do Crato.
De acordo com os moradores mais antigos, há dez anos, eram 25 famílias instaladas no Sítio Anil. Atualmente, são apenas oito. Muitos foram embora por conta das dificuldades de acesso, afirmam. A família do estudante Henrile da Silva Batista encontrou dificuldades até em avisar do abandono do local. Como na comunidade não há telefone fixo, o garoto teve muita dificuldade para encontrar o sinal de um telefone celular, só conseguindo depois que subiu em um morro.
Capela sem padre
A capela de São Francisco, que fica na comunidade, também está abandonada. Na porta já não há nem tranca nem fechadura. A única segurança é uma corda. As imagens de São Francisco e de Padre Cícero ficaram abandonadas no altar, enquanto as cadeiras foram tomadas de teia de aranha e de poeira.
Também há bastante tempo, cerca de quatro anos, não há celebrações na capela porque o padre tinha dificuldade de chegar, segundo os moradores. Os fiéis só vão à capela duas vezes ao ano. "A gente celebra a festa de Nossa Senhora aqui no mês de maio e no mês de outubro, que é de São Francisco. Mas é a gente mesmo que planeja, que faz. A gente faz as novenas. O padre não vem", conta o agricultor José Fernandes de Andrade.
Êxodo
Não é só a capela que está vazia. No local, há muitas casas abandonadas. Entre elas, está a casa da agricultora Josefa dos Santos Lima, que nasceu e cresceu na localidade. No entanto, assim como outros familiares, já está preparada para deixar a zona rural. "A gente tem de ir embora e fica triste porque nasce e se cria num canto e ter de ir embora porque não tem estrada é difícil. Nós vamos para Juazeiro do Norte, se Deus quiser e Nossa Senhora. A gente está indo embora", lamenta Josefa.
Resposta
Em relação ao transporte escolar, o secretário de Educação do Crato, Valentim Dantas, disse que até o fim de semana irá à comunidade para apresentar uma solução para o problema. Já o secretário de Infraestrutura do Crato, José Muniz, prometeu visitar pessoalmente a comunidade e garantiu que o sítio não vai ficar sem acesso.
Em um dos trechos a erosão abriu uma vala no meio da estrada, o que não permite a passagem de carros. "Só o jegue mesmo, por causa das estradas. Não é todo carro que sobe", reclama o agricultor Luiz José da Silva.
Safra perdida
Os filhos de José da Silva também reclamam que precisam caminhar quase 5 km para pegar o transporte escolar. "Nós subimos a ladeira. A gente caminha uma hora para chegar e pegar o carro para poder ir para a escola. Chegamos na escola atrasados, cansados. É difícil", diz o estudante Lucas da Silva.
A estrada, que poderia ajudar a escoar a produção agrícola da localidade, acaba dificultando. Sem o acesso, os agricultores não conseguem vender o que cultivam: ciriguela, jaca, laranja, banana, café e até algodão.
"Se tivesse estrada aqui tinha gente demais. Quando saísse um, o outro vinha comprar. Tudo seria mais fácil", diz o aposentado José Cícero da Silva, que colhe três toneladas da fruta ciriguela durante o período da colheita. Mas a maior parte da safra fica perdida porque ele não tem como transportar a produção para vender no mercado do Crato.
De acordo com os moradores mais antigos, há dez anos, eram 25 famílias instaladas no Sítio Anil. Atualmente, são apenas oito. Muitos foram embora por conta das dificuldades de acesso, afirmam. A família do estudante Henrile da Silva Batista encontrou dificuldades até em avisar do abandono do local. Como na comunidade não há telefone fixo, o garoto teve muita dificuldade para encontrar o sinal de um telefone celular, só conseguindo depois que subiu em um morro.
Capela sem padre
A capela de São Francisco, que fica na comunidade, também está abandonada. Na porta já não há nem tranca nem fechadura. A única segurança é uma corda. As imagens de São Francisco e de Padre Cícero ficaram abandonadas no altar, enquanto as cadeiras foram tomadas de teia de aranha e de poeira.
Também há bastante tempo, cerca de quatro anos, não há celebrações na capela porque o padre tinha dificuldade de chegar, segundo os moradores. Os fiéis só vão à capela duas vezes ao ano. "A gente celebra a festa de Nossa Senhora aqui no mês de maio e no mês de outubro, que é de São Francisco. Mas é a gente mesmo que planeja, que faz. A gente faz as novenas. O padre não vem", conta o agricultor José Fernandes de Andrade.
Êxodo
Não é só a capela que está vazia. No local, há muitas casas abandonadas. Entre elas, está a casa da agricultora Josefa dos Santos Lima, que nasceu e cresceu na localidade. No entanto, assim como outros familiares, já está preparada para deixar a zona rural. "A gente tem de ir embora e fica triste porque nasce e se cria num canto e ter de ir embora porque não tem estrada é difícil. Nós vamos para Juazeiro do Norte, se Deus quiser e Nossa Senhora. A gente está indo embora", lamenta Josefa.
Resposta
Em relação ao transporte escolar, o secretário de Educação do Crato, Valentim Dantas, disse que até o fim de semana irá à comunidade para apresentar uma solução para o problema. Já o secretário de Infraestrutura do Crato, José Muniz, prometeu visitar pessoalmente a comunidade e garantiu que o sítio não vai ficar sem acesso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário