Jovens profissionais veem a educação como forma de se desenvolver na carreira e diminuir o desequilíbrio de gênero que existe no setor, principalmente em cargos de liderança e tomadas de decisões
Segundo a ONU
Mulheres, mulheres e meninas têm liderado movimentos ambientais e de
ação climática, mas os homens ainda ocupam 67% dos papéis de tomada de
decisão relacionados ao clima. Outro estudo da instituição, de 2020,
aponta que as mulheres ocupavam apenas 16% dos cargos de liderança em
organizações ambientais.
Essa realidade é sentida por jovens
profissionais da área, como Letícia Mariano, de 25 anos, estudante de
pós-graduação em Gestão Ambiental do Senac São Paulo, na unidade
Jabaquara. “O mercado ambiental tem crescido muito e isso abre espaço
para diversas oportunidades, sobretudo, para as mulheres, no entanto,
ainda há desafios principalmente quando pensamos em cargos de liderança e
tomada de decisão. Na educação ambiental, por exemplo, as mulheres já
são maioria, porém, em áreas como consultoria e gestão ambiental ainda
há predominância masculina”, diz ela.
“Esse cenário pode mudar com
educação e mais oportunidades”, avalia outra aluna do mesmo curso, Júlia
Navarro, de 24 anos. Ambas acreditam que a equidade de gênero pode
trazer grandes benefícios para o setor, com novos projetos e iniciativas
que promovam uma sociedade mais justa e sustentável.
Leticia
Mariano trabalha com educação ambiental em uma horta urbana de São
Paulo, Júlia Navarro faz estágio na Cetesb, no departamento de áreas
contaminadas, e as duas buscam se atualizar constantemente, por meio de
cursos, eventos, assistindo palestras e investindo na educação. Suas
trajetórias são inspiradoras e exemplos para quem quer fazer a diferença
no setor. Veja abaixo os detalhes de suas histórias:
1. Leticia Mariano - 25 anos
Formação: Biologia e Balé clássico
Atuação
no mercado de trabalho: Trabalha em uma horta urbana, ligada à
Prefeitura de São Paulo, onde ensina crianças sobre alimentação saudável
e plantas PANC. “A gente ensina também a cultivar em casa as plantas.
Isso é muito legal porque elas ficam super animados com a mochilinha
levando um pouco da horta para casa”.
O curso do Senac: “Sempre quis
atuar diretamente na área ambiental, mas senti que precisava entender
mais sobre legislação, gestão ambiental e soluções ambientais. Já tinha
tido uma base teórica na faculdade, mas queria algo mais aplicável ao
mercado, e o Senac me ofereceu isso, com abordagem que une teoria à
prática e alinhando melhor os desafios reais da profissão”.
“O curso
do Senac me deu um olhar mais estratégico e técnico sobre meio ambiente,
o que ajudou muito na minha atuação em educação ambiental. Aprendi
sobre regulamentação, gestão e soluções sustentáveis, o que me permitiu
desenvolver projetos mais bem estruturados”. Um exemplo: a criação de
uma empresa ambiental fictícia onde aplicou o que aprendeu na prática.
“O
Senac me fez enxergar oportunidades na área, ampliando minhas
possibilidades de atuação. Cada curso e cada experiência me ajudou a
caminhar solidamente , com confiança e mais oportunidade de mercado,
conhecimento e educação me abriram portas”
Atualização: “Sempre
procuro me atualizar em cursos e palestras para compreender as
tendências do mercado ambiental. Acompanho as mudanças, pesquisas e
legislações, pois esse mercado exige essa atualização constante”.
Futuro:
“Quero explorar novos caminhos, em consultorias e projetos sustentáveis
ou no ensino, quero contribuir de forma significativa para a área”.
Equidade
de gênero: “O mercado ambiental tem crescido muito e isso abre espaço
para diversas oportunidades, sobretudo, para as mulheres, no entanto,
ainda há desafios, principalmente quando pensamos em cargos de liderança
e tomada de decisão. Na educação ambiental, por exemplo, as mulheres já
são maioria, porém em áreas como consultoria e gestão ambiental ainda
há predominância masculina. As mulheres estão cada vez mais qualificadas
e trazendo novos olhares para o setor, portanto, têm um papel
fundamental nesse avanço que vemos aos poucos”.
“A equidade de gênero
não é só uma questão de justiça, mas de inteligência e estratégica no
setor ambiental, pois diversidade gera inovação e soluções mais
sustentáveis, com mais reconhecimento feminino para romper barreiras e
construir um futuro mais sustentável e socialmente justo”.
Trajetória:
“Minha trajetória profissional começou de jeito totalmente diferente,
eu sou formada em balé clássico, então, durante oito anos eu acabei
dando aulas de balé também para crianças. Meu primeiro trabalho
registrado, no entanto, foi no atendimento hospitalar, onde fiquei quase
cinco anos e decidi fazer faculdade de biologia. Foi aí que entendi que
eu queria trabalhar com educação, especificamente educação ambiental, e
comecei a atuar na horta, ensinando as crianças até adultos também,
sobre alimentação saudável, cultivo dos alimentos e sustentabilidade. E
hoje eu sou educadora ambiental”.
2. Julia Navarro - 24 anos
Formação: Biologia, formou-se em 2022
Atuação
profissional: Foi estagiária no viveiro Manequinho Lopes, no parque
Ibirapuera, na área de botânica. Hoje trabalha na Cetesb no departamento
de áreas contaminadas.
Trajetória: Vem de uma família de baixa
renda, na qual o pai taxista sustentava a família, com a morte do pai em
2010, a mãe teve que trabalhar para sustentar os três filhos e sozinha.
“Eu tinha 10 anos e minha mãe me ensinou uma lição: a nunca depender de
homem e nunca parar de estudar”.
O pai de Júlia sempre incentivou
os estudos, era autodidata e estimulava os filhos a estudarem, pagava
escola particular para todos, porém, com a morte do pai, Júlia ganhou
uma bolsa de estudo.
Carreira: Decidir sobre a carreira não foi
fácil, pensou em ser veterinária por adorar animais. “Eu tinha interesse
sobre natureza e saúde também, assistindo uma palestra sobre a
diferença entre veterinária e biologia, me interessei mais pela
biologia, área em que me formei. Eu queria em zoológico e cuidar dos
animais, mas ainda estava confusa onde queria me especializar, meu
primeiro estágio foi na área da botânica, no viveiro Manequinho Lopes”.
Depois,
por necessidade trabalhou em uma empresa de logística, mas não estava
feliz, pois queria entrar novamente em sua área de formação, foi quando
pensou em fazer uma pós-graduação no setor ambiental.
Curso do
Senac: “A Gestão Ambiental no Senac é um curso amplo e lá aprendo muito,
assim como faço networking. Foi, inclusive, um professor que me
informou sobre a vaga na Cetesb, exclusiva para estudantes de
pós-graduação”.Atualização: “Como eu busco me atualizar na profissão, eu
sempre tento fazer cursos, assistir palestras e ir a eventos da área,
quero agora fazer um curso no Senac voltada para áreas contaminadas”.
Equidade
de gênero: “Vejo avanços, no curso do Senac, por exemplo, há
predominância de mulheres, na Cetesb também há muitas mulheres, mas
ainda não chegamos em cargos de liderança. Esse cenário só vai mudar com
educação e oportunidades”.
Futuro: “Quero ter mais
responsabilidades, além de atuar em projetos com soluções sustentáveis
que contribuam para a melhoria do meio ambiente. Penso em fazer uma
segunda pós-graduação e ocupar posições que me permitam tomar decisões
de grande importância social”.
Informações para a imprensa
In Press Porter Novelli
Carolina Bessa
Tel.: (11) 991043184
carolina.villafranca@temp.inpresspni.com.br
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