BLOG ORLANDO TAMBOSI
Pessoas trans devem ser respeitadas, mas, no esporte, é preciso buscar alternativas para que mulheres não sejam prejudicadas. Lygia Maria para a Folha de São Paulo:
A associação mundial de atletismo proibiu mulheres trans em competições internacionais. O impedimento vale para aquelas que passaram pela puberdade masculina.
Há
quem considere a medida transfóbica, mas tal acusação manifesta
negacionismo científico. A World Athletics afirmou que, segundo
especialistas, a transição após a puberdade coloca as mulheres trans em vantagem e que isso é injusto.
De
fato, é. Durante a puberdade e a adolescência, meninos recebem uma
enxurrada de testosterona, hormônio sexual que impacta o desenvolvimento
do sistema ósseo, cardíaco, pulmonar, muscular etc.
A
militância identitária adora falar sobre "corpos", mas, pelo visto,
trata-se de um corpo abstrato, metafísico até, uma ideia de corpo
desconectada da realidade material.
Mas não adianta negar que a testosterona funciona como um doping natural em algumas atividades. Homens são, geralmente, maiores, têm mais fôlego e força. Já mulheres têm mais flexibilidade, por exemplo.
Assim,
homens e mulheres são diferentes —espantoso que expressar tal
platitude, atualmente, possa render acusações de machismo ou transfobia.
O que não implica hierarquia em sentido lato ("homens são melhores que
mulheres"), mas em stricto sim, principalmente no aspecto físico (a rede
no vôlei é mais alta no masculino porque homens tem maior propulsão no
salto).
Pessoas
trans devem ser, claro, respeitadas e ter direitos garantidos, mas, em
relação ao esporte, é preciso buscar alternativas para que outras
minorias não sejam prejudicadas.
No
último século, mulheres lutaram para conquistar reconhecimento na
ciência, nas artes, nos esportes, e muito dessa luta se deu por termos
sido historicamente tratadas como seres inferiores por causa justamente
dos nossos corpos.
Não
faz sentido, agora, permitir que garotas que passaram a vida treinando
para chegar ao topo do pódio vejam seu sonho frustrado por um mecanismo
sobre o qual elas não têm controle algum: a natureza.
Postado há 1 week ago por Orlando Tambosi
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