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domingo, 19 de setembro de 2021

Acidentes com motos atingem número recorde em 2021 e custam R$ 279 milhões ao SUS

 


Estudo mostra crescimento de 14,3% nos sinistros de de trânsito com motos e traça perfil de um condutor mais novo

Por Emily Nery

Acidentes com motos atingem número recorde em 2021 e custam R$ 279 milhões ao SUS Getty Images

O número de internação de motociclistas envolvidos em acidentes de trânsito bateu recorde nos sete primeiros meses de 2021. Ao todo, foram registrados 71.344 ocorrências, número 14,3% maior que o registrado em 2020 e 8,3% mais alto que o computado em 2019. O meio de transporte que se intensificou durante a pandemia representa 54% de todos os sinistros de trânsito no Brasil.

Estudo divulgado nesta sexta-feira (17) pela Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) alerta sobre a crescente taxa de acidentes com motos e as consequências que isso traz para o sistema de saúde pública. Além dos danos – que podem ser até irreversíveis – estima-se que o Sistema Único de Saúde (SUS), gastou R$ 107,9 milhões para tratar motociclistas que sofreram traumas entre janeiro e julho deste ano.

Durante a pandemia, serviços de delivery se intensificaram, o que aumentou o números de sinistros envolvendo motos  — Foto: Getty Images

Durante a pandemia, serviços de delivery se intensificaram, o que aumentou o números de sinistros envolvendo motos — Foto: Getty Images

Durante a pandemia

Se considerarmos somente a época de pandemia, em que as pessoas ficaram muito dependentes do e-commerce e serviços de delivery, os acidentes com veículos de duas rodas se intensificaram. Entre março de 2020 e julho de 2021, cerca de 308 mil motociclistas precisaram ser hospitalizados, e cerca de 2 mil não resistiram aos ferimentos. O total de hospitalizações custou R$ 279 milhões ao cofres públicos.

"A presença desse condutor no trânsito aumentou significativamente nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia, período em que eles alçaram relevância ainda maior para a sociedade. É um público mais exposto ao risco e mais vulnerável a sofrer lesões no caso de se envolver em um sinistro de trânsito. Por isso, precisa de políticas específicas que ajudem a preservar sua vida e proteger sua saúde", afirmou Antonio Meira Júnior, presidente da Abramet.

Perfil traçado

A pesquisa também procurou entender o gênero e a faixa etária em que se encontram o maior número de sinistros. Dessa forma, em 83,4% dos acidentes com motos, o condutor é do sexo masculino. A maior parte dos casos está concentrada em pessoas de 20 a 29 anos. Ou seja, um público mais jovem.

Número de sinistros registrados desde 2012

Ano Acidentes entre jan/jul
2012 47.044
2013 49.041
2014 55.747
2015 57.768
2016 59.707
2017 59.709
2018 60.434
2019 65.865
2020 62.433
2021 71.344

Aumento da frota

Dados oficiais apurados pela Abramet demonstram que o número de motociclistas cresceu 54,3% entre 2009 e 2019 no Brasil. Assim, 33.024.249 brasileiros estão habilitados na categoria A (motocicletas, motonetas, ciclomotores e triciclos), ou combinando as categorias AB, AC, AD e AE. Esse número corresponde a 44,7% do total de portadores de Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A expansão vai de encontro com a presença de motocicletas nas vias brasileiras: a frota quase dobrou nesse período, saindo de 15 milhões de unidades em 2009 para mais de 28 milhões 10 anos depois.

Frota de motos quase dobrou no Brasil em 10 anos — Foto: Divulgação

Frota de motos quase dobrou no Brasil em 10 anos — Foto: Divulgação

Consequências da pandemia

Outros fatores também intensificaram a procura pelo veículo. Em primeiro lugar, a pandemia impulsionou o e-commerce e o serviço de entregas. Na retomada das atividades presenciais, a motocicleta – meio de transporte individual e mais acessível que um automóvel – se tornou um atrativo.

Além disso, diante do litro da gasolina encostando nos R$ 7, a troca pela moto pode ter sido uma alternativa mais eficaz para economizar.

Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) apontam que até agosto o segmento de motocicletas já emplacou 732 mil unidades, volume bem maior que os 531 mil veículos licenciados no mesmo período de 2020 e maior até que as 708 mil unidades comercializadas entre janeiro e agosto de 2019.

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