MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 15 de maio de 2021

Fachin nega pedido da PF para investigar Toffoli com base na delação de Cabral

 


Fachin lembrou que quando o MPF se manifesta pelo arquivamento de um pedido de investigação, a jurisprudência do STF determina que o pedido seja acolhido pelos ministros

Tribuna da Bahia, Salvador
15/05/2021 16:39 | Atualizado há 47 minutos

   
Foto: Nelson Jr/SCO/STF

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta sexta-feira, 14, um pedido da Polícia Federal investigar o colega de Corte, Dias Toffoli, com base na colaboração premiada do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. A decisão se estende a outros inquéritos solicitados pela PF a partir da delação.

"[Determino] que a autoridade policial se abstenha de tomar qualquer providência ou promover qualquer diligência direta ou indiretamente inserida ou em conexão ao âmbito da colaboração premiada em tela até que se ultime o julgamento antes mencionado", afirma o ministro na decisão.

Fachin atendeu parcialmente a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) que, mais cedo, se manifestou contra a abertura dos inquéritos e defendeu que o tribunal declare as informações prestadas pelo ex-governador como ‘inidôneas’. "É evidente a má-fé com que atua [Cabral]", escreveu o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, em manifestação ao STF.

Em sua decisão, Fachin reproduziu os argumentos da PGR e lembrou que quando o Ministério Público Federal, que é o titular da ação penal, se manifesta pelo arquivamento de um pedido de investigação, a jurisprudência do STF determina que o pedido seja acolhido pelos ministros. "É pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte considerando obrigatório o deferimento da pretensão, independentemente da análise das razões invocadas", escreveu.

Como mostrou o repórter Rafael Moraes Moura, dentro do tribunal, há quem veja na solicitação da PF para investigar Toffoli uma retaliação pela troca no comando da corporação. Amigo de Toffoli, o delegado Paulo Maiurino assumiu o comando da Polícia Federal no mês passado, após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudar o primeiro escalão do governo.

Delação de Cabral

Em um dos trechos de sua colaboração premiada, mantida em sigilo, Cabral acusa Toffoli de receber R$ 4 milhões em propinas para ajudar dois prefeitos do Estado do Rio em processos que tramitavam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro atuou na Corte Eleitoral de 2012 a 2016. Em nota divulgada pelo STF, Toffoli disse "não ter conhecimento dos fatos mencionados e disse que jamais recebeu os supostos valores ilegais". O ministro também refutou a possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.

O Supremo Tribunal Federal ainda vai revisitar a decisão individual, do próprio Fachin, que homologou a delação do ex-governador, processada na Corte por envolver autoridades com prerrogativa de foro privilegiado. Isso justamente porque a PGR contesta o acordo, por considerar que não foram apresentados fatos novos. A análise do recurso está marcada no plenário virtual, a partir de 21 de maio.

Preso desde novembro de 2016 e condenado a penas que ultrapassam 340 anos de prisão, Cabral se comprometeu na delação a devolver aos cofres públicos R$ 380 milhões recebidos como propina enquanto foi governador.

Fonte: Estadão Conteúdo

Nenhum comentário:

Postar um comentário