EXistem hoje 12 milhões de diabéticos no Brasil e 5 mil novos casos são diagnosticados por ano
Especialistas alertam no Dia Mundial do
Diabetes, lembrado nesta sexta-feira (14), que o excesso de peso e o
sedentarismo são as principais causas do diabetes tipo 2, que atinge 90%
das pessoas com problemas em metabolizar a glicose.
De acordo com a Federação Internacional do Diabetes,
existem hoje 12 milhões de diabéticos no Brasil e 5 mil novos casos são
diagnosticados por ano.
No Dia Mundial do Diabetes, médicos alertam sobre excesso de peso e sedentarismo
(Foto: Arquivo/Agência Brasil) |
O
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia, João Eduardo Salles, desfaz o mito de que só os doces
contribuem para o diabetes. “Não é o fato de comer doce que leva ao
diabetes, é sim o fato de engordar e ser sedentário, independentemente
de comer doce. Se está engordando o risco de diabetes é maior”,
ressaltou Salles, ao acrescentar que com a idade o risco aumenta.
Quem tem muita gordura concentrada na barriga
também deve ficar atento e fazer exames, pois este é outro fator de
risco. Nesta sexta-feira, a entidade promove ações de conscientização em
todo o país.
Segundo o especialista, o diabetes é uma das maiores
causas de cegueira, de insuficiência renal, além de aumentar em até
quatro vezes o risco de doenças cardiovasculares. “Quem se cuida não tem
estas complicações”, frisou Salles.
Os alimentos são digeridos no intestino e parte
deles se transforma em açúcar (glicose), que é enviada para o sangue
para se transformar em energia. Só que para tranformar a glicose em
energia, o organismo precisa de insulina, uma substancia produzida nas
células do pâncreas.
No diabético, a glicose não é bem aproveitada pelo
organismo devido à falta ou insuficiência de insulina, o que causa o
excesso de glicose no organismo, a hiperglicemia.
O diabetes tipo 1 ocorre quando o corpo não produz
insulina, enquanto a do tipo 2 se dá nos casos em que há produção da
insulina, mas em quantidade insuficiente ou quando ela não é processada
pelo organismo de forma adequada.
Enquanto o diabetes é uma doença crônica sem cura, o
pré-diabetes é um estágio anterior da doença em que ainda há como
reverter o quadro.
“[Isso] ocorre quando os níveis de açúcar no sangue
já estão acima do considerado normal, mas a reversão do quadro ainda é
possível, por meio de mudanças no estilo de vida, o que inclui adotar
uma alimentação mais saudável, deixar de fumar e praticar exercícios
físicos de forma regular”, explicou a gerente científica do Negócio
Nutricional da Abbott, Patrícia Ruffo.
Quem faz exames periódicos de glicemia pode
constatar antes o pré-diabetes e se esforçar para reverter o caso e
assim evitar a doença, que não tem cura.
Levantamento feito em parceria entre a Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD) e a Abbot, empresa de saúde global que
conduz pesquisas e desenvolve produtos para a área, apontam que 45% da
população não sabem que práticas como o controle de peso e exercícios
regulares podem ser parte do controle tanto do pré-diabetes quanto do
diabetes.
“A falta de informação preocupa, já que o
pré-diabetes é uma condição que permite a reversão do quadro a partir de
medidas simples no cotidiano”, avaliou Patrícia.
Estudos da Associação Americana de Diabetes mostram
que uma pessoa pode reduzir as chances de desenvolver o diabetes tipo 2
em 58% dos casos, ao perder 7% do seu peso corporal e fazer 30 minutos
de atividades físicas diariamente.
Enquanto isso, a pesquisa da SBD com a Abbott
mostrou que a mudança de alimentação é o passo mais difícil de ser
incorporado à rotina para 60% das pessoas entrevistadas, mas é também o
mais importante para o controle da doença e do pré-diabetes, na opinião
dos médicos.
Segundo João Eduardo Salles, o tratamento da doença é
baseado em uma mudança de estilo de vida. “Perder peso, fazer exercício
e comer adequadamente”, lista ele. Além disso, o uso correto e continuo
dos medicamentos é essencial, quando necessários.
“ A maioria das pessoa começa a tomar o remédio e
para. Diabetes não tem cura, mas tem controle, mas as pessoas não podem
deixar de tomar os medicamentos. Tem que tomar o medicamento a vida toda
e ser acompanhado pelo médico a vida toda.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário