Samuel Lima A TARDE
O Banco Bradesco S/A foi condenado, nesta sexta-feira, 14, a arcar com todas as despesas médicas e de manutenção pessoal do ex-baterista da banda Estakazero, Paulo César Perrone Sousa Júnior, 33 anos. A decisão, em caráter liminar, é do juiz Cláudio Fernandes de Oliveira, da 12ª Vara dos Feitos Relativos às Relações de Consumo, Cíveis e Comerciais de Salvador. O músico foi baleado na cabeça por assaltantes, em 19 de julho de 2011, após sacar R$ 3 mil de uma agência do Bradesco.
Conforme o magistrado, o descumprimento da decisão acarretará multa diária de R$ 500 ao banco. A medida pode ser revista ou revogada a qualquer tempo. A posição oficial do Bradesco é a de que "o assunto está sub judice e o banco não comenta". A liminar não obriga o banco a custear os gastos de Perrone anteriores a sua publicação. O juiz entendeu que era dever do banco garantir a segurança da vítima.
"É dever inarredável das instituições financeiras adotarem as medidas de segurança necessárias para resguardar seus clientes quando em operação nas suas dependências, cujo dever decorre do risco da própria atividade desenvolvida", diz um trecho da decisão judicial. "Essa decisão abre um importante precedente. Vai forçar os bancos a investir na segurança dos clientes e dos funcionários. Os danos à vítima são imensuráveis", avaliou Augusto Vasconcelos, vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia.
As investigações policiais indicaram que a saidinha bancária cometida contra Perrone teve início ainda dentro da agência Bradesco do Centro Empresarial Iguatemi, onde o músico era observado por um dos criminosos no momento em que retirava R$ 3 mil do caixa.
Assistência - A mãe de Perrone, Maria Lúcia Roriz, 59, revelou que os gastos com tratamento do filho chegam a R$ 13 mil mensais. "Hoje ele é totalmente dependente, um bebê adulto. Essa decisão vai ajudar muito, mas é só uma vitória", frisou.
Ela disse que já realizou rifas e sorteios e que conta com a ajuda de amigos para arcar com as despesas. "Ele necessita de assistência médica diária, mas os profissionais oferecidos pelo governo não vêm todos os dias", falou.
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