MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Disfarçado de “bonificação”, racionamento de energia é a mais nova prova da incapacidade do governo

 


O plano de racionamento de energia elétrica proposto nesta quarta (25/8) pelo governo federal – disfarçado de “bonificação” para quem economizar energia, mas sem dizer como será pago esse bônus – poderia ser encarado como mais uma prova da total incapacidade do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe de comandar um país. Mas, na verdade, é mais uma nova e forte evidência de um projeto em curso de destruição nacional. Os números e os fatos são claros nessa direção.

 

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto ficou em 0,89% –a maior variação para o mês desde 2002. E, novamente, fortemente impactado pelos preços da energia elétrica, do gás de botijão e do gás encanado

 

A escalada dos preços da eletricidade, dos combustíveis, do gás de cozinha e do gás canalizado são parte de uma política energética equivocada, com objetivo único e exclusivo de extinguir o papel do Estado neste segmento e entregar seu comando à “autorregulação” do mercado. Basta ver os planos do governo Bolsonaro para a Eletrobrás e a Petrobrás.

 

A estatal elétrica está sendo privatizada de forma apressada, e a lei que autorizou sua venda, a partir de uma medida provisória, é tão ruim que o próprio mercado interessado na Eletrobrás preferia que não tivesse saído do papel.

 

Já a Petrobrás vem sendo privatizada “aos pedaços”, e sob a alegação de “aumento da concorrência”. Mais uma das mentiras criadas pelo governo Bolsonaro, sobretudo no que diz respeito aos gasodutos de transporte, à Gaspetro e às refinarias.

 

Dados do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) projetam que, em dez anos, a Petrobrás poderá pagar em aluguel os R$ 36 bilhões que recebeu pela venda da Transportadora Associada de Gás (TAG). A recente venda dos 51% que detém na Gaspetro para a Compass, do grupo Cosan, deverá criar um monopólio privado no mercado de distribuição de gás canalizado, já que a Cosan é dona da paulista Comgás, a maior concessionária do país.

 

Quanto às refinarias, inicialmente a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e recentemente o Tribunal de Contas da União (TCU), já manifestaram preocupação com o risco de desabastecimento e de explosão de preços dos combustíveis – elevações ainda maiores das que já estão ocorrendo. E a constatação de que não haverá concorrência, mas sim monopólios privados, já foi feita em estudo da PUC-Rio e em análise do BNDES.

A pandemia escancarou a incompetência e a falta de vontade de Bolsonaro de promover saúde – são quase 580 mil mortes por Covid e vacinas em falta - e educação – ao vetar a oferta de internet gratuita a alunos carentes.

 

Enquanto isso, o país registra quase 15 milhões de desempregados e cerca de 20 milhões de pessoas passando fome. Bolsonaro, contudo, prefere seguir no ataque às instituições e à democracia.

 

 

Deyvid Bacelar

Coordenador geral

Federação Única dos Petroleiros – FUP


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