MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 16 de maio de 2021

É preciso tornar o ambiente mais sadio entre Brasil e China, adverte o embaixador chinês

 


Yang Wanming, embaixador da China no Brasil - Adriano Machado/Reuters

Yang Wanming está empenhado em entregar vacinas

Gerson Camarotti
G1 Brasília

Numa conferência virtual na manhã desta sexta-feira (14), o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, chamou de “injustas e infundadas” acusações e críticas vindas do governo brasileiro e que relacionam o país asiático à pandemia.

Nos últimos meses, integrantes do governo brasileiro fizeram ataques à China. Na semana passada, o próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou que a pandemia da Covid é resultado de uma guerra biológica.

AMBIENTE MAIS SADIO – Ao presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), Wanming pediu ajuda do Congresso Nacional para “tornar o ambiente mais sadio entre Brasil e China”.

Recentemente, o diplomata chinês também se reuniu com o chanceler Carlos França e com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

“O Brasil continua sendo uma prioridade da China nas relações comerciais e para o recebimento de IFA para produzir vacinas. Mas o ambiente entre os dois países tem que ser sadio”, alertou o embaixador ao presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

ATRASO DA VACINA – Na reunião, o deputado Aécio Neves foi direto ao questionar o motivo do atraso na liberação do IFA para a retomada da produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan. No laboratório chinês Sinovac há 10 mil litros prontos do Ingrediente Farmacêutico Ativo para serem enviados ao Brasil. Mas o IFA só pode ser enviado quando o governo chinês autorizar a remessa.

O embaixador chinês se comprometeu a agir pessoalmente para a liberação rápida do IFA em 48 horas e negou a existência de uma crise diplomática e política com o Brasil.

Segundo Aécio Neves, o embaixador argumentou que há uma pressão enorme de vários países para liberação de vacinas e insumos. O diplomata disse que a China já exportou mais de 300 milhões de doses de vacina para cerca de 100 países. “Não há retaliação”, disse o embaixador chinês.

MAIS VACINAS – Em tom crítico, o embaixador defendeu que Estados Unidos e União Europeia deveriam ampliar a exportação de vacinas para países pobres e em desenvolvimento.

O embaixador informou ao presidente da Comissão de Relações Exteriores que a China alterou sua posição na OMC sobre quebra de patentes de vacinas. Passou a defender uma abertura de consulta na Organização Mundial do Comércio que leve a acessibilidade aos países mais pobres e em desenvolvimento aos insumos e vacinas, com uma eventual quebra de patentes.

Ao Blog, o deputado Aécio Neves disse que vai apresentar um substitutivo ao texto aprovado no Senado para que haja pagamento de royalties aos laboratórios farmacêuticos para a produção de vacinas contra o coronavírus pelos laboratórios brasileiros.

TRANSFERIR TECNOLOGIA – “Seria uma posição intermediária para que as farmacêuticas possam transferir a tecnologia para a produção de vacinas. Com esse pagamento, haveria um estímulo”, observou Aécio.

No projeto de lei, o presidente da Comissão de Relações Exteriores também quer garantir investimentos para adequação de laboratórios brasileiros para a produção dessas vacinas.

“O Brasil precisa estar preparado para os próximos anos”, disse Aécio.

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