Emissoras
de televisão que gastaram bilhões de dólares para ter o direito de
exibir os jogos da Liga dos Campeões condenaram o projeto de alguns dos
principais clubes europeus de formar uma Superliga dissidente, e
afirmaram que a iniciativa representa uma ameaça ao futuro do esporte. A
notícia de que 12 clubes, incluindo Real Madrid, Juventus e Manchester
United, uniram forças para criar uma nova competição pode prejudicar os
contratos de mídia existentes que ajudam a financiar o esporte. Se a
nova liga for adiante, grupos de mídia que correm o risco de ver o valor
de seus direitos existentes desaparecer terão que decidir se querem
batalhar pelas novas partidas, possivelmente contra rivais como a Amazon
ou ESPN, segundo analistas. O Financial
Times disse que os organizadores da Superliga mantiveram discussões
iniciais com algumas emissoras, buscando garantir acordos com empresas
como Amazon, Facebook, Disney (dona da ESPN) e Sky, de propriedade da
Comcast, que aumentariam a receita anual atual de 4 bilhões de euros. O
Facebook e uma fonte familiarizada com a situação na Amazon disseram
nesta segunda-feira que não estavam conversando sobre direitos de
transmissão. Analistas disseram que Amazon e ESPN podem estar na pole
position para comprar os direitos de exibição da nova liga, uma vez que
têm menos vínculos com as federações que atualmente controlam os
contratos de transmissão. “As emissoras tradicionais, como a Sky, podem
ficar mais paralisadas porque complicariam as relações com seus outros
contratos (por exemplo, torneios internacionais de futebol ou ligas
nacionais)”, disse o analista de mídia Ian Whittaker. A BT, que detém o
direito de exibir a Liga dos Campeões da Uefa no Reino Unido, a
Mediapro, da Espanha, e o serviço de streaming DAZN condenaram a
proposta da Superliga ou se distanciaram dela. Caso a Superliga siga em
frente, a novidade iria ameaçar não só a viabilidade da Liga dos
Campeões, mas também a importância das ligas nacionais, depois que
autoridades alertaram que qualquer clube ou jogador que participar da
nova competição pode ser banido de todas as outras competições.
(Reuters)
Nenhum comentário:
Postar um comentário