Por Adson Dutra
Colaboração para Ambiental Mercantil, em São Paulo
No início do mês o Brasil aderiu junto com 30 países o ‘Projeto de Parcerias GloLitter’, que visa o auxílio aos setores de transporte marinho e da pesca em busca da diminuição do número de resíduos plásticos nos oceanos.
O projeto GloLitter é postulado pela Organização Marítima Internacional (IMO), com financiamento inicial do governo norueguês por intermédio da Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad).
De acordo com uma pesquisa de outubro de 2020, realizada pela agência australiana CSIRO’s Oceans and Atmosphere, que mostra que há cerca de 14 milhões de toneladas de plásticos amontoados no fundo dos oceanos em águas profundas.
A poluição na costa brasileira não é uma novidade, uma vez que desde a década de 1950 a recomendação da destinação final de resíduos urbanos era para descarte nos ambientes costeiros.
Em artigo publicado na Ambiental Mercantil o doutor em Biologia Marinha, Eduardo Vilela avalia o quão prejudicial a poluição marítima é para a biodiversidade.
“Grande parte dos resíduos urbanos alcançam os ambientes costeiros e oceânicos, contaminando a superfície, a coluna d’água e o substrato marinho. Estudos apontam que estão distribuídos desde as águas rasas e abrigadas até as fossas abissais (região mais profunda do oceano), afetando espécies pelágicas (marítimas) e bentônicas (organismos marinhos),” pontua.
A adoção destas medidas de reciclagem e correto descarte dos resíduos é primordial para empresas dos setores privados e públicos contribuírem para a não degradação do meio ambiente. Degradação esta que impacta diretamente o ambiente costeiro brasileiro, sendo este um dos mais atingidos pelo descarte incorreto dos resíduos urbanos.
A poluição dos mares é um dos principais problemas discutidos pelos líderes globais e empresas de meio ambiente. Não é a primeira ação que o país se envolve em ações em prol do meio ambiente. Como exemplo a criação da lei federal sobre gestão de resíduos sólidos nº12.305/2010, encontrada na “Política Nacional de Resíduos Sólidos” (PNRS), que exige uma transparência de empresas públicas e privadas no que tange ao descarte correto dos materiais, adotando uma logística reversa, a fim de evitar que as sobras de resíduos chegam aos mares.
O projeto GloLitter buscará preparar os países parceiros com conhecimentos e instrumentos, como documentação de orientação, material de treinamento e metodologias que auxiliarão os regulamentos já estabelecidos. Os regulamentos inclusos estão o Anexo V da Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição dos Navios (MARPOL) da IMO, no que diz respeito a prevenção da poluição por lixo.
“Os plásticos são os predominantes, entretanto, materiais de pesca são igualmente agressivos, uma vez que abandonados e/ou perdidos, permanecem à deriva ou no fundo, realizando o que chamamos de pesca fantasma, sendo responsáveis pela mortandade e ferimentos em golfinhos, baleias, tartarugas, tubarões e demais espécies,” conclui Vilela.
Texto produzido por Adson Dutra com fonte de informação portoenavios.com.br
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