Crescimento do número de infectados e mortos informa que o isolamento não controla epidemias. Augusto Nunes:
Em 24 de março, quando o governador João Doria decretou o isolamento
social em todo o Estado, o balanço da epidemia registrava em São Paulo
810 casos confirmados e 40 mortes. Nesta segunda-feira, no momento em
que Doria anunciou a prorrogação por mais 15 dias do isolamento nos mais
de 600 municipios paulistas, os casos confirmados eram 4.620 e as
mortes por coronavírus haviam chegado a 275.
Duas perguntas:
1) A quarentena para todos não foi feita para desacelerar a expansão da pandemia?
2) Se não impediu a multiplicações dos números, por que manter todo mundo em casa?
Resposta do governo estadual: porque sem o isolamento as coisas
teriam sido muito piores. Segundo o governo paulista, até o dia 13
haverá mais 1.300 mortos. Sem a quarentena, seriam 5.000 mortes,
garantiu Dimas Covas, baseado no mesmo estudo do Imperial College que
previu 2 milhões de óbitos só nos Estados Unidos.
Ainda bem que vozes sensatas continuam a combater também o vírus do
medo. Uma delas é a do médico e ex-ministro da Cidadania Osmar Terra.
Ele segue repetindo que, como todas as anteriores, a epidemia de
coronavírus avança com ou sem quarentena — até que mais da metade da
população seja infectada. A partir daí, a curva desenhada pelo
coronavírus se torna descendente. É o que começou a acontecer neste fim
de semana na Itália e na Espanha, dois países fortemente afetados pela
pandemia. É o que acontecerá no Brasil.
Em vez de espalhar previsões que só alimentam o pânico, nossos
governantes deveriam concentrar-se na proteção dos integrantes do grupo
de risco e na multiplicação de testes e leitos de UTIs. O povo
brasileiro quer mais ação e menos profecias imbecis. Não é pedir muito.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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