MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Um Brasil doente e retrocessivo


Jolivaldo Freitas

Tribuna da Bahia, Salvador
16/09/2019 10:25
   


Estou tratando mesmo é de saúde pública. Pólio. Difteria. Sarampo. Rubéola e até a inaudita caxumba ou “papeira” estão de volta, anos após erradicação no Brasil. E ainda temos Zika e chikungunya. Desde 2016 que o sarampo era avaliado como erradicada no Brasil, vez que a Organização Mundial da Saúde constatou que estava há mais de um ano sem registro de casos do vírus. Agora mudou tudo e os especialistas chamam a atenção que estão em curso surtos da doença. Está forte, muito contagiosa e pode comprometer a vida ou deixar graves sequelas nas crianças. De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde já são perto de duas centenas de casos registrados este ano.
Ano passado o Ministério da Saúde também alertou sobre o imenso risco do retorno da temida poliomielite, face registro em mais de 300 cidades do país, desta que era uma doença considerada erradicada no continente sul-americano desde a década de 90. Doença que causou durante décadas, no século passado, milhares de casos de paralisia infantil. Ou seja, o caso é grave.
O que se busca aqui é alertar para a necessidade da vacinação, voltar ao hábito de se vacinar e levar os seus para a vacinação. Por exemplo, a tríplice viral é uma das 14 vacinas oferecidas de graça pelo Programa Nacional de Imunizações. Ela deve ser tomada na infância e em duas doses, a primeira com 12 meses e a segunda com 15 meses. Na segunda dose, a vacina recebe um reforço contra uma quarta doença, a varicela, infecção viral altamente contagiosa que causa a catapora.
O Datasus vem revelando que as coberturas vacinais estão aquém das metas traçadas dentro do Calendário Nacional de Imunização. O exemplo é mesmo a tríplice viral, em que a segunda dose da vacina não bate a meta de vacinação, de 95%, desde 2012. Em 2016, apenas 76,74% das crianças com 15 meses de vida foram imunizadas. O que se espera conscientizando as pessoas é que ocorra o chamado “efeito rebanho”, quando a maioria vacinada passa a impedir a ocorrência de surtos, epidemias e pandemias, evitando a circulação dos vírus em determinada região.
Para complicar mais ainda, começa a se ver no Brasil uma incorporação por parte de algumas famílias dos pressupostos do movimento que grassa em vários países, principalmente nos Estados Unidos, voltado para a antivacina. Algo acreditado a partir de notícias ou pesquisas fakes e falta absoluta de informações científicas.
É bom ressaltar que especialistas sérios reforçam a verdade de que somente vacinando é possível erradicar as doenças. É necessário manter os índices bem altos, embora seja impossível vacinar 100 por cento da população. Eles. Entretanto, garantem que vacinando 95 por cento já é uma ampla garantia. A resistência à vacinação preocupa a Organização Mundial da Saúde. É tida como das dez maiores ameaças à saúde global no ano corrente. Não só no Brasil os surtos preocupam. Em todo o mundo aumentaram 300% somente no primeiro semestre com relação a igual período de 2018. Voltando ao caso do sarampo os piores países ranqueados são Ucrânia, Filipinas e Brasil. Voltando ao caso do movimento antivacina: tem vacina contra estupidez?
Escritor e jornalista: Jolivaldo.freitas@yahoo.com.br

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