MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Seguro saúde empresarial pode ser um presente de grego


Por Reginaldo Gonçalves
Houve muitas mudanças com relação aos planos de assistência médica e seguro saúde. Para fugir da tabela ANS é comum os corretores orientarem a todos a fazer o plano empresarial, que inicialmente parece ser vantajoso, mas acaba prejudicando grande parte da coletividade.
O mais grave de tudo é a orientação dos corretores para abrirem empresas (pessoas jurídicas) para conseguir fazer os planos empresariais de saúde. A situação é muito confortável para os planos de seguro saúde que têm sob seu guarda-chuva a oportunidade de aumentar os planos sem qualquer comprovação da tabela de custos. Existem planos que aumentaram de 20% a 30% por ano, nos últimos três anos, quando a inflação acumulada atingiu 21,01%, ou seja, o aumento anual dos planos foi maior que a própria inflação de três anos.
Para ver até onde está indo o abuso, muitos orientam a abrir MEI – Micro Empreendedor Individual - para enquadrar como pessoa jurídica e o Governo, percebendo o abuso, acabou exigindo que para a adesão aos planos empresariais houvesse uma carência de seis meses para esse tipo de sociedade, que é para beneficiar as pessoas mais humildes e deixá-las com um mínimo de segurança previdenciária. Infelizmente, passou a ser algo usado pelos planos de seguro saúde como uma alternativa de negócios.
As manobras efetuadas são das mais diversas, inclusive exigindo que se abra empresa em local de baixa sinistralidade para, entre aspas, pagar menos pelo plano. Doce ilusão, pois pode haver riscos inclusive na cobertura além das pessoas que trabalham no mercado formal, quando forem demitidas perderem o direito de receber o seguro desemprego, já que têm empresa em seu nome.
A busca desenfreada por aumentar a carteira está inclusive provocando, em alguns casos, atendimento muitas vezes de maneira não humanizada, mesmo com toda essa manobra, já que a adesão é grande.
O SUS -Sistema Único de Saúde- atualmente não consegue atender a toda demanda, mesmo com a parceria público-privada, e não é por falta de unidades, mas, mão de obra para que possa dar uma vazão e um atendimento mais adequado. Com isso, muitos usuários acabam partindo para situações em que criam empresas sem existir qualquer negócio, não se fatura e gerando uma série de obrigações acessórias em que o custo pode ser maior ainda.
É fato que para alguns usuários a busca por Clínicas Populares está sendo uma saída, pois a atenção primária é a que existe um problema latente e o atendimento é mais simples e com baixo custo. Dentre as Clínicas Populares há o Dr. Consulta, Comigo Saúde, Cia. Da Consulta, Docctormed, entre outras que, aproveitando os altos custos no atendimento, trabalham com preços populares e resolutivos, inclusive com exames básicos. O número de clínicas populares se expandiu em diversos shoppings e pontos de atendimento, facilitando sobremaneira a ida do usuário com preços acessíveis, que cabem no bolso, sendo uma alternativa muitas vezes melhor do que pagar um alto valor por meio do seguro saúde empresarial ou plano de assistência médica.
As empresas de seguro saúde estão começando a se preocupar. Uma fatia das receitas com menor custo está sendo direcionada para as clínicas populares, já que a atenção primária é a que representa maior demanda e os seus custos são mais baixos. Durante muito tempo, os planos de saúde, assim como, seguro saúde se aproveitaram da atenção primária, justificando a ineficiência do SUS que trazia insatisfação do usuário em virtude da demanda ser alta e muitas vezes o tempo de espera absurdo para ser atendido. Nessa situação, os planos de saúde cresceram e a liberdade de aumento nos planos empresariais, sem apontamento ou justificativa, acabaram inviabilizando e reduzindo a carteira de usuários.
O Governo vem estudando maneiras de coibir o abuso nos aumentos de preços e já há a possibilidade de portabilidade dos planos para evitar o aumento de preços sem justificativa. No final, quem acaba pagando mais caro por essa situação são as pessoas mais humildes que têm pouco recurso para ter uma qualidade de vida melhor.
Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de graduação em Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina


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