MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Segue impasse entre anestesistas e Planserv


Plano de saúde do Estado jogou a conta para as instituições, que rebatem sinalizando acordo firmado em 2010 com a Coopanest-ba, que determina a cobrança dos honorários para o Planserv

Tribuna da Bahia, Salvador
15/01/2019 15:08 | Atualizado há 2 horas e 14 minutos
   


Por: Rayllanna Lima

No jogo de empurra-empurra entre instituições prestadoras de serviços, o prejudicado é quase sempre quem deveria ser beneficiado. E não está sendo diferente para os pacientes associados ao Planserv. Desde que os atendimentos de anestesiologia foram interrompidos (7 de janeiro), cirurgias estão sendo suspensas ou os assistidos estão pagando uma fortuna pelo atendimento anestésico.
A Tribuna da Bahia já deu voz a profissionais que atendem pelo Planserv e criticam a precariedade do serviço e a pacientes que sofrem com o sistema de cotas e mais recentemente com a falta de anestesistas. A pergunta que não cala agora é: quem vai resolver o problema?
Os hospitais e clínicas jogam a conta para o governo do Estado, que rebate dizendo que essas instituições devem garantir anestesistas para todos os pacientes.
Em entrevista à Tribuna, o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Mauro Adan, disse que as instituições gostariam de poder solucionar o problema, mas não há anestesistas na Bahia que não estejam diretamente ligados à Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (Coopanest-Ba).
“Há mais de 10 anos, o Planserv e os demais planos de saúde do estado assinaram um contrato com a Cooperativa. Foi um modelo implantado em toda a Bahia. Quando o Planserv fez esse movimento, tirou de nós esta responsabilidade e a condição de oferecer esse tipo de serviço. Não se trata de querer ou não [realizar o procedimento], se trata de não conseguir fazer anestesiologia de forma direta. Os hospitais não têm essa estruturação, visto que foi assinado esse contrato com a Cooperativa para prestação regular desse serviço. Queremos ajudar, estamos juntos com o Planserv, mas não temos anestesistas que não façam parte do modelo da Cooperativa”, disse.
Nossa equipe de reportagem buscou então ouvir o Governo do Estado, que, por meio de sua Secretaria de Comunicação (Secom), voltou a reafirmar que cabe aos hospitais credenciados à rede Planserv oferecer os serviços de anestesia sem qualquer tipo de cobrança aos beneficiários do plano.
“Os serviços de anestesia podem ser prestados diretamente pelos hospitais, pois já estavam previstos desde quando a rede credenciada estabeleceu relação contratual com o plano. A premissa do Planserv é manter a regularidade do atendimento aos beneficiários. E assegura que está adotando todas as medidas necessárias para que as cirurgias continuem sendo realizadas sem qualquer tipo de prejuízo em toda a rede de prestadores”, consta na nota.
O governador Rui Costa, nesse final de semana, chegou a criticar a postura dos anestesistas, que suspenderam o serviço após não terem sido aceito o pedido de reajuste salarial. “Há duas semanas disseram que queriam um aumento de 40% da sua remuneração. Numa conjuntura dessa, alguém falar que quer 40% de aumento do seu serviço, é não compreender o momento que o Brasil está passando. Não haverá negociação separada com nenhum segmento profissional. Nem com anestesistas nem com nenhum outro especialista. A relação do Planserv será com as clínicas e os hospitais a partir de agora”, declarou.
E complementou detalhando os gastos com o plano de saúde destinado aos servidores públicos. “O orçamento do Planserv no ano é R$1,5 bilhão. Só para se ter o tamanho dessa despesa, o investimento da saúde para cuidar de 15 milhões de pessoas, no ano passado foi R$5,6 bilhões. O Planserv custa 1,5 bilhão para cuidar de 500 mil vidas. Portanto, não podemos aumentar a despesa do servidor, porque quem paga é o servidor e o Estado também contribui”.
Após a última reunião sem sucesso entre as partes, mediada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) na última terça-feira (8), um novo encontro foi agendado para o dia 30 de janeiro. Enquanto o impasse não é solucionado, a recomendação do Governo da Bahia é entrar em contato com o Planserv pela Central de Relacionamento 24 horas, no telefone 0800 56 6066, e denunciar cobranças de atendimentos anestésicos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário