O fato é que a arma de fogo anula a tirania do mais forte e protege a integridade do mais fraco. Artigo de Marko Kloos para o Instituto Mises - uma provocação para o pensamento politicamente correto:
Os seres humanos têm apenas duas maneiras de lidar uns com os outros: por meio da razão e por meio da força.
Se você quer que eu faça algo por você, há duas opções: ou você me
convence por meio de um argumento racional ou você recorre à ameaça de
violência.
Toda e qualquer interação humana necessariamente recai em uma dessas duas categorias. Sem exceção. Razão ou força. E só.
Em uma sociedade genuinamente moral e civilizada, as pessoas
interagem exclusivamente por meio da persuasão. A força não é um método
válido de interação social.
Sendo assim, e por mais paradoxal que isso possa parecer para alguns,
a única ferramenta que pode remover a força dessa lista de opções é uma
arma de fogo pessoal.
E o motivo é simples: quando estou portando uma arma de fogo, você
não pode lidar comigo por meio da força. Você terá de utilizar apenas a
sua razão e a sua inteligência para tentar me persuadir. Portando uma
arma de fogo, eu tenho uma maneira de neutralizar a sua ameaça ou o seu
uso da força.
A arma de fogo é o único objeto de uso pessoal capaz de fazer com que
uma mulher de 50 kg esteja em pé de igualdade com um agressor de 100
kg; com que um octogenário esteja em pé de igualdade com um marginal de
20 anos; e com que um cidadão sozinho esteja em pé de igualdade com 5
homens carregando porretes.
A arma de fogo é o único objeto físico que pode anular a disparidade
de força, de tamanho e de quantidade entre um potencial agressor e sua
potencial vítima.
Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como sendo o lado
ruim da equação, a fonte de todas as coisas repreensíveis que acontecem
em uma sociedade. Tais pessoas acreditam que seríamos mais civilizados
caso todas as armas fossem proibidas: segundo elas, uma arma de fogo
facilita o "trabalho" de um agressor.
Mas esse raciocínio só é válido, obviamente, se as potenciais vítimas
desse agressor estiverem desarmadas, seja por opção ou por decreto
estatal. Tal raciocínio, porém, perde sua validade quando as potenciais
vítimas também estão armadas.
Pessoas que defendem a proibição das armas estão, na prática,
clamando para que os mais fortes, os mais agressivos e os mais
fisicamente capacitados se tornem os seres dominantes em uma sociedade —
e isso é exatamente o oposto de como funciona uma sociedade
civilizada.
Um criminoso só terá uma vida bem-sucedida caso viva em uma sociedade
na qual o estado, ao desarmar os cidadãos pacíficos, concedeu a ele o
monopólio da força. Quando as armas são restringidas por lei, não há
nenhum motivo para se acreditar que criminosos irão obedecer a esta lei.
Pessoas que utilizam armas para infringir a lei também infringirão a
lei para obter armas. A máxima segue irrefutável: se as armas forem
criminalizadas, apenas os criminosos terão armas.
E há também o argumento de que uma arma faz com que aquelas brigas
mais corriqueiras, as quais em outras circunstâncias resultariam apenas
em pessoas superficialmente machucadas, se tornem letais. Mas esse
argumento é multiplamente falacioso.
Em primeiro lugar, se não houver armas envolvidas, todos os
confrontos serão sempre vencidos pelo lado fisicamente superior, o qual
irá infligir lesões e ferimentos avassaladores ao mais fraco. Sempre.
Ademais, pessoas que acreditam que punhos cerrados, porretes, pedras,
garrafas e cacos de vidro não constituem força letal provavelmente são
do tipo que acreditam naquelas cenas fantasiosas que vêem nos filmes, em
que pessoas tomam variados socos, pauladas e garrafadas na cabeça e
ainda continuam brigando impavidamente, no máximo com um pouco de sangue
nos lábios.
O fato de que uma arma de fogo facilita o uso de força letal é algo
que funciona unicamente em prol da vítima mais fraca, e não em prol do
agressor mais forte. O agressor mais forte não precisa de uma arma de
fogo para aniquilar sua vítima mais fraca. Já a vítima mais fraca
precisa de uma arma de fogo para sobrepujar seu agressor mais forte. Se
ambos estiverem armados, então estão em pé de igualdade.
A arma de fogo é o único objeto que é tão letal nas mãos de um
cadeirante quanto nas mãos de um halterofilista. Se ela não fosse nem
letal e nem de fácil manipulação, então ela simplesmente não funcionaria
como instrumento equalizador de forças, que é a sua principal função.
Quando estou portando uma arma, eu não o faço porque estou procurando
confusão, mas sim porque quero ser deixado em paz. A arma em minha
cintura significa que não posso ser coagido e nem violentado; posso
apenas ser persuadido por meio de argumentos racionais.
Eu porto uma arma não porque tenho medo, mas sim porque ela me
permite não ter medo. A arma não limita em nada as ações daqueles que
querem interagir comigo por meio de argumentos; ela limita apenas as
ações daqueles que querem interagir comigo por meio da força.
A arma remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato civilizado.
Uma grande civilização é aquela em que todos os cidadãos estão
igualmente armados e só podem ser persuadidos via argumentos racionais,
jamais coagidos.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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