MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 28 de novembro de 2018

‘A população brasileira vai pagar por reajuste aos ministros do STF’


Bolsonaro evitou fazer comentários sobre o assunto e responsabilizou o presidente Michel Temer pela decisão

Tribuna da Bahia, Salvador
28/11/2018 10:46 | Atualizado há 2 horas e 1 minuto
   
Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que toda população pagará a conta do reajuste salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro evitou fazer comentários sobre o assunto e responsabilizou o presidente Michel Temer pela decisão. Após acordo com o Judiciário, Temer sancionou ontem aumento de 16,38% para os magistrados, que deve ter efeito cascata em todo o País. "Pergunta para o Temer, ele que sancionou", respondeu ao ser indagado inicialmente sobre o assunto. Após jornalistas insistirem na pergunta, dizendo que Bolsonaro arcará com as despesas extras em sua gestão e "pagará a conta", ele respondeu: "Toda a população vai pagar a conta, não só eu." Ele disse, ainda, que sua responsabilidade em relação ao assunto só iniciará no dia 1º de janeiro de 2019, quando assume a Presidência da República. Sobre o orçamento, Bolsonaro disse que vai ter que ajustar tudo agora para evitar modificações no próximo ano. "É possível mexer no orçamento no ano que vem, mas o que pudermos fazer agora é melhor", declarou.
Congresso
Em meio a divergências na cúpula da equipe de transição, Bolsonaro afirmou que todos fazem parte de um time e têm que "jogar a bola para frente". "Eu também vou conversar com o Parlamento, todo mundo vai", disse. Bolsonaro informou que o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, anunciado para a Casa Civil, continuará com a missão de comandar a interlocução com o Congresso, mas destacou que o general Santos Cruz, que ficará na Secretaria-Geral, também terá responsabilidades na área.  O anúncio de que Santos Cruz ficará à frente da pasta responsável pela negociação com o Congresso provocou mal-estar porque, na prática, esvazia os poderes de Onyx. O futuro ministro da Casa Civil, por sua vez, chegou a afirmar em pelo menos duas ocasiões que a Secretaria Geral seria extinta e ele acumularia a função. "Não podemos sobrecarregar demais uma pessoa no ministério", justificou Bolsonaro.
Além disso, também foi questionada a habilidade de Santos Cruz para dialogar com os congressistas. "Santos Cruz é uma pessoa que vai surpreender no trato com os parlamentares (...) Santos Cruz sabe como funciona o parlamento", defendeu o presidente eleito. Ele voltou a destacar que o diálogo do seu governo com o Legislativo será por meio das bancadas, entre elas a bancada evangélica, e não através dos partidos. Bolsonaro ainda não soube esclarecer alguns pontos de divergência em sua equipe, como com quem ficará a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI), atualmente na Secretaria-Geral.
Indicações
Ele também admitiu que sua equipe considerava ter um número menor de ministérios, cerca de 15 no total, mas que isso não será possível. Assegurou, no entanto, que o número não passará de 20 pastas. Hoje, Bolsonaro anunciou o nome de Tarcísio Gomes de Freitas para comandar o Ministério da Infraestrutura. O presidente eleito antecipou que deve anunciar amanhã o ministro responsável pelo Meio Ambiente, e que não será um militar. "O Meio Ambiente, apesar de eu ser verde, não vai ser um militar." Outras escolhas, como o comando do Ministério de Minas e Energia, estão menos avançadas e podem demorar mais uma semana, segundo ele. "O casamento pode ser adiado", brincou. Bolsonaro também garantiu que haverá um ministério para a área social, mas não deu detalhes. "Vai ter um ministério que vai envolver tudo isso aí; mulher, igualdade racial." Ele também disse que pretende ter um porta-voz, que já sondou uma pessoa, mas ainda "não recebeu o sinal verde para anunciá-la". Questionado sobre o nome da senadora Ana Amélia (PP), respondeu que ela é uma "excelente pessoa" e "se possível" será convidada para o futuro governo.

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