Lá se vão quase seis anos desde que testei pela primeira vez o Hyundai HB20. Foi logo depois do lançamento, e o carrinho tinha se tornado uma febre. Lembro de ter sido parado numa blitz de bafômetro às 18 horas de uma quarta-feira. O policial militar que me abordou cumpriu com todos os protocolos, checou documentação do condutor e do veículo e solicitou que soprasse o bafô-metro.
Cheguei a brincar dizendo que ainda estava cedo para dar a baforada. Ele sorriu e veio com o real motivo da abordagem: “Queria mesmo era ver o carro. É bom? Quanto custa? Ficou bonito, né? E o espaço?” Uma pequena acareação que não só um agente de lei faz, mas qualquer cidadão curioso com um carro novo.

E novamente estamos à bordo do HB20. Dessa vez, na versão Premium 1.6, que indubitavelmente é um dos melhores compactos da atualidade, apesar de ainda pecar bisonhamente por não oferecer controle de estabilidade (ESP). Isso é inadmissível num automóvel de quase R$ 70 mil.

O modelo passou pela segunda atualização de estilo, que se resume à grade do radiador e o interior das lanternas e faróis. Por dentro, a novidade fica por conta da central blueMedia com tela de sete polegadas, com TV digital, que era oferecida só na edição da Copa do Mundo.

Mas fato é que, em sua versão mais sofisticada, o carrinho se mostra superior em desempenho, acabamento e comodidade. O que não contribui muito é o consumo elevado da combinação entre a unidade 1.6 de 128 cv e a caixa automática de seis marchas (ver ficha).
HB20
Mercado
Atualmente, o HB20 disputa a segunda posição do ranking de emplacamentos com o Ford Ka. Por outro lado, está longe de ser uma ameaça para o líder Chevrolet Onix. Mesmo assim, o coreano é responsável por praticamente 50% dos licenciamentos da Hyundai em 2018.

De janeiro a agosto, foram vendidas cerca de 70 mil unidades. Trata-se de uma média de 8,7 mil unidades mensais. Um volume considerável para uma economia que ainda está longe de recuperar o fôlego de 2012, ano em que o HB20 foi lançado.
O que é?

Hatch compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é fabricado?
Na unidade de Piracicaba (SP).
Quanto custa?

R$ 68.390
Com quem concorre?

O HB20 Premium 1.6 concorre numa faixa mais “abastada” dos hatches compactos, equipados com transmissão automática, como Chevrolet Onix LTZ 1.4 AT6 (R$ 65.450), Citroën C3 Exclusive 1.6 AT6 (R$ 68.290), Fiat Argo Precision 1.8 AT6 (R$ 68.290), Ford Ka Titanium 1.5 AT6 (R$ 68.990), Nissan March SL 1.6 CVT (R$ 62.990), Peugeot 208 Griffe 1.6 AT6 (R$ 73.790) e Volkswagen Polo Comfortline TSI 1.0 AT6 (R$ 68.120)
No dia a dia
O HB20 é um carrinho prático, de dimensões reduzidas, o que facilita a vida no trânsito das grandes cidades. A versão Premium oferece muito conteúdo, o que torna a vida a bordo mais agradável. Bancos em couro, multimídia (com TV digital, câmera de ré, conexão para Apple CarPlay e Android Auto), assim como ar-condicionado digital e direção elétrica são recursos que afagam o motorista.
O carrinho tem posição de dirigir elevada, o que facilita a visibilidade, mesmo que a linha de cintura prejudique a visão em diagonal. No entanto, na hora da manobra a câmera resolve o problema.
Seu porta-malas de 300 litros sobressai em relação a grande parte de seus concorrentes diretos, mas não é ideal para quem quer pegar estrada com filhos, sogra e papagaio.
Motor e Transmissão
O motor 1.6 de 128 cv e 16,5 mkgf de torque surpreende pela agilidade e oferta de potência. A combinação com a caixa automática de seis marchas garante um comportamento arisco, com trocas rápidas que fazem dele um carro muito esperto. Na estrada ele não titubeia na hora da ultrapassagem.
Como bebe?
O Calcanhar de Aquiles desse conjunto motor é justamente o consumo, principalmente quando abastecido com álcool. Num percurso misto entre trajeto urbano e rodoviário ele registrou média de 8 km/l. É o preço da comodidade de não precisar trocar marchas e ter um carro esperto a qualquer tempo.
Suspensão e freios
A suspensão do HB20 não traz nada de especial ou superior ao mercado. Ele utiliza conjunto independente (McPherson) na dianteira e eixo rígido na traseira. Os freios seguem a receita básica da categoria, com discos nas rodas dianteiras e tambores na traseira. Ele peca também por não oferecer controle de estabilidade (ESP) de série.
Pontos positivos
Pacote de conteúdos
Desempenho
Montagem
Ponto negativo
Consumo elevado
Falta controle de estabilidade (ES)​
HB20