MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 14 de outubro de 2018

Haddad tem semana perdida em busca de alianças para o segundo turno


Campanha petista adota cautela em conversas com tucanos para evitar novo revés à campanha de Haddad
Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
Haddad não conseguiu formar a “frente democrática”
Sérgio Roxo
O Globo

A primeira das três semanas que terá para tentar reverter a vantagem de 18 milhões de votos de Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno da disputa presidencial foi praticamente perdida para o candidato do PT, Fernando Haddad. A estratégia de construir uma frente democrática, para indicar ao eleitor que a candidatura não representa apenas o petismo, ainda parece distante. Apesar das movimentações, o presidenciável não conseguiu anunciar nenhuma adesão de peso até agora.
Na noite de domingo, logo após ter a passagem confirmada para a etapa final da eleição, Haddad anunciou o plano de “reunir os democratas do Brasil” contra o candidato do PSL. A avaliação dos petistas naquele momento era que não haveria dificuldade para conseguir apoio efetivo do candidato do PDT, Ciro Gomes, terceiro colocado no primeiro turno.
APOIO DE CIRO – Pelo plano traçado, Ciro não apenas declararia adesão ao candidato petista como seria incorporado ao comando da campanha, com voz ativa para definir os rumos no segundo turno. Aliados de Haddad especulavam até que ministério o pedetista ocuparia num eventual governo do ex-prefeito de São Paulo.
Mas a decisão na última quarta-feira do PDT de anunciar apenas um “apoio crítico” jogou um balde de água na estratégia. Em seguida, foi divulgado que Ciro passaria uma semana na Europa, inviabilizando qualquer chance de o pedetista mergulhar na campanha imediatamente. Ciro tem apenas criticado Bolsonaro. Ontem, no Twitter, escreveu: “Bolsonaro é a promessa certa de uma crise.”
A busca para atrair o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) só aconteceria após o apoio de Ciro. E a viagem do terceiro colocado na eleição presidencial deve alterar os planos.
APOIO DE FHC – Em entrevista, Haddad disse que ele o tucano estão se aproximando. Os dois mantêm boa relação, apesar das diferenças partidárias. Quando o petista era prefeito, ele se encontrou com o ex-presidente e os dois chegaram a ir juntos ao Theatro Municipal assistir a uma ópera.
A avaliação entre os petistas é que, depois do balde de água fria despejado por Ciro, o movimento em direção a Fernando Henrique precisa ser bastante calculado para que não ocorra um novo revés, que poderia enterrar definitivamente o sonho da frente democrática. Em entrevista ao Globo, o senador eleito Jaques Wagner, que assumiu a coordenação política da campanha, falou também em tentar atrair Marina Silva (Rede).
Sem mais o que apresentar, Haddad tem enfatizado que conseguiu o apoio do “Esquerda Pra Valer”, um grupo de tucanos que não conta com participação de nenhuma liderança expressiva do PSDB. O petista tem se fiado à promessa de que os integrantes da corrente buscarão figuras históricas do partido.
APOIO DO PSB – Dos candidatos que disputaram a eleição, apenas Guilherme Boulos (PSOL), décimo colocado na corrida pelo Palácio do Planalto, com 617 mil votos, se reuniu com o presidenciável petista para reafirmar apoio. Entre os partidos, o PSB, que havia ficado neutro no primeiro turno da disputa, declarou apoio a Haddad, mas os dois principais candidatos da legenda que disputam o segundo turno da eleição para governador, Márcio França, em São Paulo, e Rodrigo Rollemberg, no Distrito Federal, foram autorizados a ficar neutros.
Na quarta-feira pela manhã, Haddad anunciou que receberia os governadores do PSB que gostariam de anunciar alianças. Só Paulo Câmara (PE) e Ricardo Coutinho (PB), que já haviam declarado apoio ao presidenciável petista no primeiro turno, apareceram.
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