MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 13 de outubro de 2018

Eleitores de olhos bem abertos, com a classe política sob descrédito


Resultado de imagem para eleitores em  VERDE E AMARELOVicente Nunes
Correio Braziliense

Os eleitores são sábios. O recado que deram por meio das urnas foi eloquente. Não querem mais o modelo tradicional que imperou na política. Isso ficou evidente, sobretudo, na renovação histórica do Congresso, com a expulsão de caciques das decisões que movem o destino do país — muitos deles, se ressalte, denunciados por corrupção. Por maiores que sejam as dúvidas sobre a capacidade do futuro Legislativo de atender as demandas da população, o novo reascende a esperança daqueles que torcem por um Brasil melhor.
O Congresso chegou a um nível insuportável de descrédito. Em vez de legislar em prol da maioria, sempre privilegiou um pequeno grupo afeito à corrupção. Num país com tanto por se feito, não há mais espaço para essa política do atraso. É inaceitável que parlamentares eleitos para representar o povo sejam indiciados pela polícia por todo tipo de crime. Chegou-se ao cúmulo de termos deputados propondo leis durante o dia e passando a noite na cadeia. Tivemos de assistir, atônitos, pela tevê, a Operação Lava-Jato fazendo buscas e apreensão em gabinetes da Câmara e do Senado. Como ter o respeito da população? Como acreditar nesse sistema podre, nessa velha política?
MUITO ATENTO – Apesar de todo alento que as eleições do último domingo trouxeram, é preciso ficar muito atento. Teme-se que, por meio de caras novas, o Congresso não só mantenha as práticas nefastas que são históricas, mas, também, impulsione uma onda conservadora que pode pôr fim a avanços importantes. Projetos nesse sentido não faltam no Legislativo. Felizmente, nos últimos anos, todas as tentativas de retrocesso foram barradas pelo bom senso de minorias que gritaram muito alto. Contudo, em meio à onda radical que atormenta o país, qualquer descuido pode ser fatal.
É com esse novo Congresso que o futuro presidente da República terá de governar. Não à toa, economistas, empresários e investidores estão mapeando qual será o tamanho da força que o eleito em 28 de outubro terá para levar adiante projetos de extrema importância para tirar o Brasil do atoleiro.
SEM MAIORIA – Nenhum dos dois candidatos escolhidos para o segundo turno demonstra ter maioria. O PT de Fernando Haddad e o PSL de Jair Bolsonaro terão as duas maiores bancadas da Câmara dos Deputados. Mas precisarão suar a camisa para montar uma coalizão consistente, dada à fragmentação das legendas.
A expectativa é de que o eleito consiga, ainda no primeiro ano, aprovar as duas principais reformas: a da Previdência Social e a tributária. Se conseguir, terá todas as condições para retomar o crescimento econômico, reverter o desemprego e reduzir as desigualdades sociais que só fazem aumentar.
Os especialistas dizem, porém, que todas as mudanças terão de ser feitas ainda no primeiro ano, sob o risco de o descrédito minar a força que todos os governantes costumam ter em início de mandato. Exemplos para isso não faltam.
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