Caros amigos
Acabo de encerrar uma
incursão na política que me proporcionou muitos ensinamentos, todos
muito úteis para o meu compromisso com o Brasil.
Dispus-me a ser o Governador
do Distrito Federal, a governar como um Servidor e a provar que é
possível fazê-lo com simplicidade, objetividade, honestidade,
austeridade e entusiasmo, visando apenas e tão somente o interesse
público.
Não obtive o êxito que me
propus a alcançar na disputa eleitoral, mas fui mais além do que a
lógica aparente me permitiria almejar.
Sempre fui, e continuo sendo,
um fiel adepto da máxima de que “mais vale a tristeza da derrota do que
a vegonha de não ter lutado”, o que consola, mas não tira do resultado
final o conceito e o gosto de derrota.
Muitos foram os motivos do
insucesso, alguns visíveis e lógicos, como as regras do jogo, que
favoreceram com recursos financeiros e tempo de exposição aos que as
criaram, e, logicamente, o desinteresse da grande mídia pelos chamados
“outsiders”, aqueles que, por não terem imagem pública nem dinheiro
suficiente para construi-la em tempo hábil, foram excluídos das
manchetes e de alguns dos debates mais importantes.
Soma-se a isso a indução ao
“voto útil” – produzido pelas pesquisas maliciosas e mal feitas – e a
traição do diretório do PSL/DF que vendido à “velha política” afastou-se
de Jair Bolsonaro e criou a confusão entre os números 17 e 44.
No meu caso, deve ser
adicionada ainda a negação ao discurso fácil, antiquado, emocionado e
falso da demagogia e das promessas fora da realidade, mas agradáveis aos
ouvidos dos desavisados ou dos que só se interessam por vantagens
imediatas e que se negam a enxergar e a considerar as consequências
nefastas do corporativismo irresponsável.
A honestidade de propósitos e
a desambiguação pessoal que a formação militar impõe ao meu
comportamento fizeram com que eu fosse, nesse ambiente hostil, como uma
“mariposa em festa de sapos”. E foi aí que se esconderam os motivos
invisíveis do fracasso, as “linguas” que se lançaram em minha direção e
que, mesmo não me tendo alcançado, certamente boicotaram a impulsão do
meu voo.
O tempo, a observação, a
investigação, o conhecimento e a experiência me permitirão identificar
com clareza até aonde chegaram essas “linguas” e as razões sentidas, mas
ainda invisiveis, que se somaram aos motivos lógicos do resultado aquém
do almejado.
Colho o ensejo desta análise
muito superficial para agradecer ao PRP e aos que acreditaram e votaram
nas propostas que apresentamos – muito bem elaboradas pelo Instituto
SAGRES -, assim como a lealdade e o empenho incondicional dos amigos e
das amigas que voluntariamente cooperaram e ombrearam comigo nessa
incursão. A eles devo a satisfação de termos chegado muito além do que a
lógica da velha e carcomida política distrital imaginou que
chegaríamos.
A todos o meu muito obrigado!
General Paulo Chagas
Publicado em Atualidades
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