Postado em 18/09/2018 9:56 DIGA BAHIA!
Mais
de dez ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
de Juazeiro, no norte da Bahia, estão abandonadas e em proceso de
sucateamento, no pátio da prefeitura da cidade.
No
local, há ambulâncias faltando motor, sem os pneus, sem janelas e
faltando os faróis. Além disso, dentro de alguns veículos há seringas
abandonadas.
O
Ministério Pùblico da Bahia (MP-BA) instaurou inquérito em 2015 para
investigar denúncia de má prestação do serviço. Dois anos depois,
apresentou relatório onde apontava os problemas e pedia ao município que
se manifestasse. A prefeitura, segundo o MP-BA, nunca respondeu. Na
segunda feira (17), representantes do órgão e do município se reuniram
pra discutir a situação.
De
acordo com o MP-BA, dentre as irregularidades apontadas estão a falta
de nomeação de coordenadores médicos e de enfermagem, falta de
manutenção nas unidades móveis de sáude e o funcionamento do Samu com 75
% da frota.
Além
do MP, moradores da cidade também reclamam do serviço. Em julho deste
ano, Maria Josélia dos Santos, mãe de sete filhos, e que aguardava há
sete anos por uma cirurgia no coração, passou mal em casa. De acordo com
a família, o Samu foi acionado, não chegou a tempo e Josélia morreu sem
receber atendimento.
“Assim
que o vizinho dobrou o beco, a Samu apontou. Aí eu falei para os
meninos: ‘Diga que volte, porque ela já foi’”, conta a mãe de Josélia.
Além
das reclamações de demora na resposta aos chamados, o atendimento do
Samu também é prejudicado pela superlotação dos hospitais no município.
Quando falta leito, o paciente acaba ficando acomodado na maca da
ambulância que o levou até o hospital, e a ambulância fica
temporariamente sem a maca pra poder fazer outros atendimentos. Foi o
que aconteceu com dona Josefa, de 87 anos.
“Não
tinha maca. Não tinha como atender. Tinha ambulância, mas todas as
macas estavam presas no hospital. A resistência dela é muito menor em
relação a uma pessoa mais jovem, então ela precisa de um atendimento
mais rápido. Para conseguir tirar da cama e levar para o carro foi um
verdadeiro sacrifício. Mas depois de muito esforço, tentando com duas,
três pessoas, nós conseguimos deitar o banco do carro, colocar alguns
travesseiros para poder simular uma cama, uma maca, e conseguimos levar
no carro”, contou Venâncio Vieira.
Em
nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o Samu tem sete
ambulâncias em funcionamento, sendo cinco unidades de suporte básico e
duas unidades de suporte avançado, equipadas com UTI, além de uma
motolância. Segundo a secretaria, essa frota é suficiente para fazer o
atendimento das 60 ocorrências registradas diariamente na cidade. A nota
diz ainda que o Samu faz a manutenção das ambulâncias, mas que a cada
quatro ou cinco anos, o Ministério da Saúde deve trocá-las, e que o
município vai receber nos próximos dias quatro novas ambulâncias para
renovação da frota. Com relação aos veículos sucateados, o município diz
que está aguardando o posicionamento do Ministério da Saúde, para saber
se eles vão ser encaminhados ao pátio do ministério ou se serão
leiloados.
G1
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