A
intenção de investimentos da indústria no Brasil voltou a cair no
terceiro trimestre e atingiu o nível mais baixo em um ano, devido ao
quadro de incertezas e fraco crescimento econômico, informou a Fundação
Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
O Indicador de Intenção de Investimentos
da Indústria recuou para 113,0 pontos no terceiro trimestre, queda de
3,1 pontos sobre os três meses anteriores, de acordo com a FGV, no nível
mais baixo desde o terceiro trimestre do ano passado (105,1 pontos).
O indicador mede a disseminação do
ímpeto de investimento entre as empresas industriais, colaborando para
antecipar tendências econômicas.
“A redução do ímpeto de investimentos
industriais no terceiro trimestre é mais um sinal de perda de fôlego da
economia em 2018. A contínua elevação das incertezas e o baixo
crescimento da economia continuarão contendo uma retomada mais firme dos
investimentos até o final deste ano”, afirmou, em nota, o
superintendente de estatísticas públicas da FGV IBRE, Aloisio Campelo
Jr.
Mas embora tenha sofrido a segunda queda
seguida, o indicador de intenção de investimentos permanece acima de
100 pontos, nível em que a proporção de empresas que prevê aumentar o
volume de investimentos produtivos nos 12 meses seguintes é superior à
das que projetam reduzir os investimentos, destacou a FGV.
No terceiro trimestre, a proporção de
empresas que estavam certas quanto à execução do plano de investimentos
era de 27,5 por cento, ante 31,9 por cento de empresas incertas.
A economia brasileira vem mostrando um
ritmo lento de crescimento, com avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de
apenas 0,2 por cento no segundo trimestre sobre o período anterior,
segundo dados do IBGE, em meio ao desemprego ainda alto e às incertezas
às vésperas da eleição presidencial de outubro.
Para este ano, os economistas
consultados na pesquisa Focus do Banco Central vêm reduzindo suas
projeções para o PIB, e preveem agora um crescimento de 1,36 por cento.
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