MP recomenda suspensão da ‘guerra de espadas’ durante festas juninas; grupo protesta
Postado em 23/06/2018 8:17 DIGA BAHIA!
Ministério
Público Estadual (MP-BA) recomendou ao município de Senhor do Bonfim,
no norte da Bahia, que não promova ou coopere com a soltura da guerra de
espadas, prática onde fogos de artifício, semelhantes a pequenos
foguetes, são utilizados como espadas. Por conta da proibição, um grupo
realizou um protesto na cidade nesta sexta-feira (22).
A proibição
da tradicional “guerra de espadas” já havia sido determinada pelo
Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 2017, após ser considerado um
pedido feito pelo MP-BA. Espadas chegaram a ser apreendidas com um grupo
em Senhor do Bonfim, no ano passado, e ainda teve quem desafiasse a
determinação da Justiça ao ir para rua com os fogos de artifícios.
Na
recomendação deste ano, o MP-BA disse, ainda, que a polícia local pode
ser chamada para intervir, e informou que quem for pego participando
pode ser preso em flagrante e responder pelo crime previsto na lei de
combate a posse e comercialização de armas de fogo e munição.
A
“guerra de espadas” é uma tradição que tem mais de 70 anos e está sendo
alvo de polêmica por conta da recomendação do Ministério Público.
O
Secretário de Cultura da cidade, Rodrigo Vanderlei, disse que está
tentando chegar a um acordo com o Ministério Público. “Nós estamos
tomando algumas providências, dentro do judiciário, para garantir que a
Lei que transforma a guerra de espada em patrimônio cultural e imaterial
tenha validade e fazer com que a população possa ir às ruas com
segurança, para fazer o brilho que a guerra de espadas tem”, disse
Vanderlei.
Ronald
Carvalho, que é espadeiro, diz que vai respeitar a decisão da Justiça,
mas não concorda com o fim da guerra de espadas. “Se tem lei é para se
cumprir. Mas vamos dar uma olhadinha na tradição de Senhor do Bonfim.
Quem faz a guerra de espadas é o povo”, opinou.
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