MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 23 de março de 2018

A HERANÇA MALDITA DO PT - O Brasil agoniza na UTI


Por: Maria Reis Gonçalves (Tia Nem)
Ainda tenho minhas dúvidas em relação a união do Brasil em torno do Fora PT. As artimanhas petistas que colocam o país em dois polos opostos, ainda parece prevalecer em algumas regiões. O discurso de ódio que coloca os ricos contra os pobres, o héteros contra os homos, os negros contra os “brancos”, etc. continua em pauta. No entanto podemos observar que a maioria da população concorda quando fala que o PT escolheu se perder de sua base histórica, esqueceu a sua ideologia, a sua luta pela melhoria das classes e se misturou no pragmatismo da arrogância e prepotência. Se achou intocável! Posso até afirmar que o PT deixou de entender o Brasil, já não consegue escutar o clamor do seu povo, não possui mais ouvido para ouvir. O PT, simplesmente envelheceu, não como queria, mas da pior forma possível, querendo ocupar um espaço que já não mais existe, apoiando-se em uma conjuntura histórica que já não mais permanece. E que, pelo caminhar dos acontecimentos, não mais voltará a existir.
Acho interessante e ao mesmo tempo fico atônita quando vejo os principais lideres petistas, e entre eles o próprio Lula, se indagar, ainda que de maneira retórica, qual foi o motivo que desencadeou as perdas das ruas. Outro dia em discurso, o Lula clamava pela sua antiga militância, se perguntando por onde ela andaria. Ora, o PT perdeu as ruas e parte da militância pelo fato de que, agora, andam girando em falso. O partido que levou milhões de pessoas as ruas, perdeu as ruas – não pelo fato de ser expulso, mais porque esqueceu de que maneira se caminhar por elas. Ou podemos até dizer que já não sentiam que precisassem mais das ruas. Fato inconteste foi a eleição de uma presidente, que todos sabem não gosta de fazer política. Política se faz caminhando pelas ruas. O PT está em “volume morto”, nos falou o seu líder maior: Lula da Silva. Por isso, não adianta mais ficar repetindo que as pessoas que batem panelas são da elite. O barulho pode ser maior nos bairros nobres, mas basta observar, de maneira mais atenta as reportagens para constatar que houve batuque de panelas em todos os bairros periféricos em todas as cidades e Estados do Brasil. Mesmo que fossem só os ricos e a classe média, não fica bem querer desqualificar quem protesta, pois todos pagam os impostos que foram desviados pela corrupção estatizados pelo PT e seus partidos de base.
Outro discurso descabido do PT é afirmar que as pessoas que foram as ruas é aquela parte da população que se colocam contra as conquistas sociais promovida pelo governo do Lula da Silva, o presidente que “tirou milhões de brasileiros da miséria”, e que fez milhões saírem da pobreza para a classe média. Claro que sabemos que existem pessoas incomodadas com as mudanças históricas do PT, mas ficar afirmando que todas as pessoas que se opõe ao governo e as ações petistas é compostas por esse tipo de gente, ou é querer tapar o sol com a peneira, ou é cegueira ou pura e simplesmente, má-fé. Porém, no meu entender, o que me parece o grande problema para o PT, não é quem foi para as ruas, nem mesmo os que bateram panelas, mas aqueles que não fizeram nem uma coisa e nem outra, e que também não tem a menor intenção de apoiar o PT, mesmo os que já o tenham feito,  e, que continuariam a apoiá-los se o partido tivesse respeitado as bandeiras do passado. São essas pessoas, as que se negam a aparecer, que apontam o que o PT perdeu, o que já não é, o que possivelmente não possa voltar a ser.
Existe algo que o Partido dos Trabalhadores conseguiu sequestrar de pelo menos duas gerações de esquerda e é essa a sua principal herança maldita. E, que provavelmente marcará décadas e não apenas um mandato. Tenho lido algumas entrevistas de pessoas que ajudaram a construir o PT, que foram responsáveis pela construção desses projetos de vida, concentradas em lutas especificas, e nota-se que essas pessoas se sentem traídas  pelo fato do partido ter rasgado suas causas e se colocado ao lado de seus algozes. Essas pessoas choram por não poderem, mais, acreditar na restauração do antigo PT, o PT que carregavam milhões, e choram pelo PT que perdeu as ruas. O PT, ao trair seus ideais, cavou a sua própria cova no Brasil. Uma cova profunda e que o traga a cada dia, e não adianta argumentar que os outros partidos se corromperam antes, que os outros partidos deixaram de fazer pelo social, que os outros partidos sempre foram raposas políticas viciadas. O Povo acalentou sua esperança no PT,  o partido ocupava um lugar muito particular no imaginário popular, o PT apareceu em um momento em que se precisava construir novos caminhos, novos ideais, novos sentidos para o Brasil. O PT era o diferencial entre os partidos velhos e estagnados, os viciados aos velhos costume. Quem acreditou no PT esperou muito mais dele, o que explica o tamanho da dor daqueles que se desfiliaram ou deixaram de militar no partido. “A decepção é sempre proporcional à esperança que se tinha depositado naquele que nos decepciona”.

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