A CNBB, entidade
não-oficial da Igreja Católica, tem um pé atolado na "teologia da
libertação" - algo evidenciado todos os anos, por ocasião das campanhas
da fraternidade. A campanha deste ano é "Fraternidade e Superação da
Violência". Convençam disto os bandidos, bispos! A propósito, segue
texto do jornalista Paulo Briguet, via Blog do Puggina:
A Campanha da
Fraternidade traz como tema "Fraternidade e Superação da Violência". No
país mais letal do mundo, em que 70 mil filhos morrem assassinados a
cada ano (um a cada nove minutos), a escolha desse tema é mais do que
pertinente, é quase obrigatória. Sobretudo se considerarmos que cerca de
92% desses homicídios permanecem impunes. Como digo sempre, o Brasil
vive um genocídio de sangue, um genocídio da inteligência e um genocídio
da corrupção, resultantes de nossos fracassos na segurança, na educação
e na política.
Mas não é apenas o
tema que deve ser analisado; o lema também. E o lema da CF 2018 é
extraído do Evangelho de São Mateus: "Vós sois todos irmãos" (Mt 23,8).
Talvez seja útil reproduzirmos aqui a frase completa de Jesus: "Quanto a
vós, não permitais que vos chamem ‘Rabi’, pois só um é o nosso Mestre e
vós sois todos irmãos".
Quando pronuncia esta
frase, Jesus está dentro de Jerusalém, prestes a ser crucificado e
morto. Um grande crime, o maior crime de todos os tempos, está para ser
cometido. Ele se dirige aos discípulos e ao povo, mas o tema de sua fala
é a hipocrisia dos fariseus e dos escribas, ou seja, dos que possuíam a
dignidade sacerdotal na época. Como tudo que Jesus diz é atemporal, não
temos motivo nenhum para supor que ele não esteja se dirigindo também
ao nosso tempo.
Na passagem, a fala
de Jesus é bastante dura. Ele diz coisas fortes sobre os sacerdotes.
"Amarram fardos pesados e os põem sobre os ombros dos homens, mas eles
mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-los." (Mt 23, 5) "Gostam do
lugar de honra nos banquetes, dos primeiros assentos nas sinagogas, de
receber a saudação nas praças públicas e de que os homens lhes chamem de
‘Rabi’." (Mt 23, 6-7) "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois
semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por
dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão." (Mt 23, 27).
Todas essas
afirmações estão na mesma passagem da qual se extraiu o lema da Campanha
da Fraternidade. Devem ser, pois, objeto de leitura e reflexão durante a
Quaresma. Os "irmãos" a que se refere Jesus certamente não são os
fariseus, nem os escribas, nem os hipócritas. Tampouco são os vendilhões
do Templo, os flageladores, os escarnecedores, o governador romano ou o
bandido revolucionário Barrabás, por quem Jesus será trocado logo
depois.
Justamente por ser
cristão católico, não acredito na fraternidade entre lobos e ovelhas.
Justamente por amar a Igreja, não acredito na fraternidade entre a
serpente e suas vítimas. Se alguns pastores fazem "acordo de paz" com os
lobos, quem sofre são as ovelhas. Se passamos a mão na cabeça da
serpente, seremos picados, envenenados e mortos. Somos todos irmãos, não
há dúvida. Mas os irmãos são as ovelhas, não os lobos. Os irmãos são as
vítimas, não a serpente. Ai dos pastores que chamarem ovelhas de lobos e
lobos de ovelhas! Ouvirão de Jesus o mesmo que os sacerdotes de seu
tempo ouviram: "Serpentes! Raça de víboras!"
O único bandido ou
corrupto bom é aquele que se arrepende e pede perdão. Por isso, cuidado
para não chamar de irmão o mau ladrão!
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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