MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Alô, CNBB: bandido não é irmão.


A CNBB, entidade não-oficial da Igreja Católica, tem um pé atolado na "teologia da libertação" - algo evidenciado todos os anos, por ocasião das campanhas da fraternidade. A campanha deste ano é "Fraternidade e Superação da Violência". Convençam disto os bandidos, bispos! A propósito, segue texto do jornalista Paulo Briguet, via Blog do Puggina:


A Campanha da Fraternidade traz como tema "Fraternidade e Superação da Violência". No país mais letal do mundo, em que 70 mil filhos morrem assassinados a cada ano (um a cada nove minutos), a escolha desse tema é mais do que pertinente, é quase obrigatória. Sobretudo se considerarmos que cerca de 92% desses homicídios permanecem impunes. Como digo sempre, o Brasil vive um genocídio de sangue, um genocídio da inteligência e um genocídio da corrupção, resultantes de nossos fracassos na segurança, na educação e na política.

Mas não é apenas o tema que deve ser analisado; o lema também. E o lema da CF 2018 é extraído do Evangelho de São Mateus: "Vós sois todos irmãos" (Mt 23,8). Talvez seja útil reproduzirmos aqui a frase completa de Jesus: "Quanto a vós, não permitais que vos chamem ‘Rabi’, pois só um é o nosso Mestre e vós sois todos irmãos".

Quando pronuncia esta frase, Jesus está dentro de Jerusalém, prestes a ser crucificado e morto. Um grande crime, o maior crime de todos os tempos, está para ser cometido. Ele se dirige aos discípulos e ao povo, mas o tema de sua fala é a hipocrisia dos fariseus e dos escribas, ou seja, dos que possuíam a dignidade sacerdotal na época. Como tudo que Jesus diz é atemporal, não temos motivo nenhum para supor que ele não esteja se dirigindo também ao nosso tempo.

Na passagem, a fala de Jesus é bastante dura. Ele diz coisas fortes sobre os sacerdotes. "Amarram fardos pesados e os põem sobre os ombros dos homens, mas eles mesmos nem com um dedo se dispõem a movê-los." (Mt 23, 5) "Gostam do lugar de honra nos banquetes, dos primeiros assentos nas sinagogas, de receber a saudação nas praças públicas e de que os homens lhes chamem de ‘Rabi’." (Mt 23, 6-7) "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Sois semelhantes a sepulcros caiados, que por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda podridão." (Mt 23, 27).

Todas essas afirmações estão na mesma passagem da qual se extraiu o lema da Campanha da Fraternidade. Devem ser, pois, objeto de leitura e reflexão durante a Quaresma. Os "irmãos" a que se refere Jesus certamente não são os fariseus, nem os escribas, nem os hipócritas. Tampouco são os vendilhões do Templo, os flageladores, os escarnecedores, o governador romano ou o bandido revolucionário Barrabás, por quem Jesus será trocado logo depois.

Justamente por ser cristão católico, não acredito na fraternidade entre lobos e ovelhas. Justamente por amar a Igreja, não acredito na fraternidade entre a serpente e suas vítimas. Se alguns pastores fazem "acordo de paz" com os lobos, quem sofre são as ovelhas. Se passamos a mão na cabeça da serpente, seremos picados, envenenados e mortos. Somos todos irmãos, não há dúvida. Mas os irmãos são as ovelhas, não os lobos. Os irmãos são as vítimas, não a serpente. Ai dos pastores que chamarem ovelhas de lobos e lobos de ovelhas! Ouvirão de Jesus o mesmo que os sacerdotes de seu tempo ouviram: "Serpentes! Raça de víboras!"

O único bandido ou corrupto bom é aquele que se arrepende e pede perdão. Por isso, cuidado para não chamar de irmão o mau ladrão!
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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